São Paulo, quarta-feira, de dezembro de |
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Produção de carros bate novo recorde
ARTHUR PEREIRA FILHO
A previsão inicial era de que seriam produzidos 141 mil veículos. "Essas 5.000 unidades a mais foram uma surpresa, principalmente porque tivemos algumas paralisações durante o mês", explica Luiz Adelar Scheuer, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). "Houve um esforço adicional para atender ao mercado", disse. O recorde anterior havia sido registrado em agosto de 93, com a produção de 134.348 unidades. No trimestre foram produzidos 367.674 veícuos, 34,04% acima do registrado no mesmo período do ano passado (274.297). Foi o melhor primeiro trimestre do ano na história da indústria. As vendas também bateram o recorde histórico. Foram comercializados 113.517 veículos, superando a marca anterior, de agosto de 93 (106.464). Os carros "populares" aumentaram sua participação nas vendas internas da indústria e foram o destaque do mês. Em fevereiro, os "populares"representaram 34% dos automóveis vendidos. No mês passado, atingiram 40% (37.107 unidades). "O lado negativo desse crescimento é a perda de mercado dos carros de luxo para os importados", disse o presidente da Anfave. Atualmente, os importados já ocupam cerca de 35% desse segmento. Segundo ele, a médio prazo essa tendência pode comprometer o nível de emprego. A produção de um top de linha exige o dobro da mão-de-obra da usada na produção de um carro básico. Varejo A venda de veículos no varejo também foi recorde em março. As concessionárias comercializaram 108.700 unidades, quase 2.000 a mais do que o recorde anterior (106.924), de agosto de 93. A Volkswagen manteve a liderança, com 37.115 veículos e 34,2% do mercado. A Fiat, com 30.325 unidades vendidas, ficou em segundo, com 27,9%. A rede de concessionárias da GM vendeu 24.098 veículos (22,2% do mercado) e a Ford, 13.700 (12,6%). Exportações Apesar do bom desempenho das exportações no mês de março –34.527 veículos exportados, o que representa 34,62% acima do registrado em março de 93– as montadoras estão preocupadas com a falta de uma política de comércio exterior. Atualmente 70% das exportações brasileiras de veículos exportados são destinadas à Argentina. A importância do mercado argentino cresce ano a ano. Passou de 7% em 88 para 20% em 90 e 60% em 92. "Exportamos 231 mil veículos para a Argentina em 93. Isso representa uma dependência muito forte", disse Scheuer. "Não existe mercado em outros países para esses veículos se a Argentina deixar de importar". Para abrir novos mercados, a Anfavea entende que é preciso definir instrumentos de incentivo às exportações, como isenção de impostos para produtos exportados. "O próprio Ministério da Indústria e Comércio admite que, pela legislação atual, estamos exportando impostos indiretos que incidem sobre os veículos e atingem 15%", disse Scheuer. Texto Anterior: Bolsa se recupera; juros caem mais Próximo Texto: Livreto critica importados Índice |
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