São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 1994
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Renault passa a Honda e assume a liderança entre os importados

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Renault deixou a Honda para trás e assumiu, pela primeira vez, a liderança do ranking dos carros importados do Detran, feito com base em veículos licenciados na cidade de São Paulo.
A marca francesa teve 337 veículos licenciados, contra 307 da rival japonesa. A ascensão da Renault nos primeiros três meses do ano foi fulminante: estava em quarto lugar em janeiro, passou para segundo em fevereiro e agora está na liderança.
Embora limitado jà cidade de São Paulo, o levantamento do Detran é considerado pelos importadores o indicador mais confiável da situação do mercado.
Para Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente do grupo Caoa, importador oficial da marca no Brasil, "o resultado é muito significativo. A Renault francesa está considerando esses números uma vitória espetacular". E estuda a produção, no país, do Twingo, o seu "carro popular".
O grande trunfo da marca francesa para atingir essa posição foi o sucesso do Renault 19, lançado em janeiro, com uma campanha publicitária de US$ 1,2 milhão.
Fernando Lopes Carvalho, da DPZ, diz que 40% da verba foi dirigida para anúncios de televisão, "o que é raro em lançamentos de automóveis importados".
Carvalho afirma que o objetivo principal foi "fortalecer a marca Renault e abrir caminhos para os novos produtos que serão lançados até o final do ano".
A procura pelo Renault 19, que custa entre US$ 19.800 e US$ 23.800, superou as expectativas dos importadores. "Nossa previsão era colocar no mercado 300 carros por mês este ano", explica Alain Tissier, responsável pela área de marketing. "Mas o nosso lote inicial de 1.543 unidades já foi vendido, embora parte dele nem tenha chegado ao Brasil ainda". A Renault espera vender 5.000 Renault 19 em 94.
O Twingo (US$ 14.800), é outra arma da Renault na briga pela liderança. "Esta semana chega um lote de 130 carros, que serão distribuídos aos nossos 27 concessionários. Mas já temos 160 encomendados", diz Oliveira Andrade.
Até julho a montadora deve tomar uma decisão sobre a produção do Twingo no Brasil. O objetivo da montadora francesa é fabricar 50 mil carros por ano no Brasil e exportar parte para outros países da América Latina. A discussão sobre o projeto da fábrica no Brasil será discutido no dia 13, em Paris.
"Ainda não está certo se instalamos uma fábrica nova, o que significa investimento de cerca de US$ 500 milhões, ou se fazemos uma espécie de 'joint venture' com uma motadora já instalada no país para montar o Twingo", disse Philippe Jambu, superintendente do grupo Caoa.
Para a Renault, a fábrica no Brasil será viável quando as vendas atingirem 14 mil a 15 mil carros por ano, o que deve ocorrer entre o fim de 95 e inicio de 96.
(APF)

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