São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 1994
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Vendas a prazo aumentam com o 1º salário em URVs

DA REPORTAGEM LOCAL

Vendas a prazo aumentam com o 1º salário em URVs
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) de São Paulo registrou, até as 17h de ontem, último dia para o pagamento dos salários de março, o primeiro em URV, um aumento de 11% no número de consultas em relação ao registrado na quarta-feira até o mesmo horário.
As consultas, que refletem as vendas a prazo no comércio, chegaram a 18.005 ontem, contra 16.209 da quarta-feira. Mas gerente e vendedores de magazines avaliam que o movimento registrado ontem foi muito maior que em dias anteriores.
Em uma loja do Ponto Frio do centro da cidade, por exemplo, o gerente avaliava um crescimento de 60% nas vendas ontem, principalmente derefrigeradores, Tvs e aparelhos de som.
Outro gerente, da Eletro magazine, estima um aumento de 50% nas vendas. E uma mudança no hábito do consumidor, que já há alguns meses preferia a compra á vista.
A relação de 60% de pagamento à vista contra 40% no crediário se inverteu, afirma o gerente da Eletro magazine, uma consequência atribuída à adoção de planos em URV. A loja usa a URV em financiamentos até oito prestações.
Já ma G.Aronson, a estimativa é de modestos 10% de acréscimo nas vendas ontem, segundo Gerson Aronson, um dos diretores da empresa. Ao contrário das outras, a loja ainda não adota o crediário em URV.
A G.Aronso projeta para este mês desemepnho semelhante ao de março, quando as vendas cresceram 9% em relação a fevereiro. ‘‘Não estamos apostando em crescimento no curtíssimo prazo’’, diz gerson Aronso, masi otimista com as vendas de maio em diante.
‘‘Estamos apostando na melhora das vendas em abril. Elas devem crescer ou pelo menos manter o patamar de 93’’, diz Sérgio Orciuolo, diretor de comunicações e promoções do Mappin.
Esse otimismo se apóia, em parte, no desempenho de março. As vendas do Mappin no mês passado empataram com as de março 93. Parte desse resultado se deve ao crediário em URV.
Com o holerite em URV, o consumidor deve passar a assumir uma dívida estável, prevê Orciuolo.
Sérgio Giorgetti, diretor do Ponto Frio, diz que a empresa fechou o mês de março com um ligeiro recuo nas vendas devido às mudanças ma economia.
Até terça-feira, o desempenho de abril nas 80 lojas da rede no Estado de São Paulo foi semelhante ao de março.
Giorgetti não espera euforia de consumo, mas confirma a expectativa de crescimento porque os consumidores vão se adaptando às mudanças na economia e ao crescimento em URV.
Walmir Lima, assessor de comunicação da Arapuã, informa que o crediário em URV teve boa aceitação e está ganhando a confiança do consumidor.
Boa parte do comércio, no entanto, é reticente ao comentar sua perspectiva de evndas para abril. De um lado teme algumas restrição por parte do governo, se a procura aumentar. De outro, quer evitar que as negociações com a indústria, abladas depois da URV, se tornem ainda mais difíceis.
Os supermercadistas prevêem aumrento de 2% a 3% nas vendas de abril, em relação a março, por conta do recebimento dos salários em URV.

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