São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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Carreira do artista começou na pintura

DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A mega-instalação representa um salto mas não uma guinada na trajetória de Peter Greenaway, 52. Sua carreira artística começou pela pintura.
Logo se aproximou do cinema, tornando-se montador. Seu primeiro curta, "Trem", data de 1966, mas foi apenas no início dos anos 80, com filmes como "The Falls" (1980) e sobretudo "The Draughtman's Contract" (1982), que seu nome se firmou entre os dos mais perturbadores diretores britânicos.
Sua obra fílmica sempre procurou ampliar os limites do cinema para além do "psicodrama hollywoodiano dominante" – segundo suas próprias palavras.
Os filmes de Greenaway buscam sempre um esqueleto estrutural que rompa com a narração clássica. É assim que o eixo central é o alfabeto em "Um Z e dois Zeros" (1986), uma contagem em "Afogado em Números" (1988) ou o próprio texto rasgado na tela em "A Última Tempestade" (1989).
Durante a última década a carreira do Greenaway-pintor prevaleceu mas não soterrou a do Greenaway-artista plástico.
Exposições com suas pinturas correram mundo. Ao final dos anos 80, a crescente desilusão com o cinema veio fortalecer uma nova face: a do curador de exposições.
Os anos 90 celebram este novo Greenaway. Em 1991, o Museu Boymans-van Beuningen de Roterdã (Holanda), abre suas portas para "O Eu Físico", uma mostra sobre a carnalidade humana.
Alguns meses depois, já em 1992, é a vez de três espaços nobres de Viena servirem de vitrine para "100 Objetos para Representar o Mundo".
Em 1993, eis Greenaway em pleno Louvre organizando "O Ruído das Nuvens" sobre a utopia do vôo. Não satisfeito, ocupa em meados do ano o Palazzo Fortuny com "Vendo Água", uma das exposições da 45ª Bienal de Veneza.
Depois de romper a tela, o universo greenawayano escapa agora em Geneva das quatro paredes com "Degraus".

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