São Paulo, sábado, 9 de abril de 1994 |
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PSDB quer usar Amin para atacar Lula
EMANUEL NERI
Nesse caso, Amin funcionaria como uma espécie de "linha auxiliar" de FHC. Seu principal objetivo seria poupar FHC e bater duro no petista Lula. O candidato do PSDB não se sente à vontade para atacar seu colega petista, de quem já foi aliado. Os peessedebistas que defendem essa proposta entendem que ela é mais proveitosa do que se Amin não se candidatar para apoiar FHC. Se candidato, segundo eles, Amin não terá mais que 5% dos votos. Amin e o PPR só apoiariam FHC no segundo turno. Na análise desses tucanos, a candidatura de Amim também evitaria o assédio financeiro de candidatos a deputado pelo PPR. Com um candidato a presidente, o PPR será obrigado a ter estrutura financeira própria. Os tucanos já fizeram as contas e concluíram que a maior parte dos votos de Paulo Maluf vai para FHC, independentemente da candidatura Amin. Mas o que mais interessa aos tucanos é a tarefa de Amim no bombardeio a Lula. O senador do PPR é autor da proposta de criação de uma CPI para apurar eventuais transferências de dinheiro externo recebido pela CUT para campanhas eleitorais do PT. A manobra para fazer de Amin "linha auxiliar" de FHC já havia sido detectada pelo PT. Na semana passada, quando Maluf retirou sua candidatura e lançou Amin, Gilberto Carvalho, secretário-geral do PT, disse que o senador ia "entrar na campanha para fazer o jogo sujo" de FHC. Não há unanimidade no PSDB sobre esse tipo de estratégia. Para alguns peessedebistas, ela poderá trazer mais prejuízos do que benefícios. Visitas como a que FHC fez quarta-feira passada a Maluf são vistas com reservas. Peessedebistas contrários a esse tipo de aproximação lembravam que, no mesmo dia em que os jornais divulgaram a visita de FHC, publicaram a inclusão do nome de Maluf na lista dos políticos que se beneficiaram do esquema do jogo do bicho. Texto Anterior: Economista deixa PFL por causa de aliança Próximo Texto: AS REGRAS DA ELEIÇÃO Índice |
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