São Paulo, sábado, 9 de abril de 1994 |
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URV empurra preço para cima
MAURO ZAFALON
Esta semana os paulistanos que fizeram suas compras em supermercados encontraram os produtos 12% mais caros que na semana anterior. Nos hipermercados a evolução foi de 12,44%. Desde novembro que os supermercados não reajustavam seus preços em ritmo tão forte. Com o aumento desta semana, o acumulado em 30 dias chega aos 50%. Os dados são do Datafolha, que pesquisa preços de 96 itens em 12 supermercados e 12 hipermercados de São Paulo. A pesquisa engloba alimentos, produtos de higiene, de beleza e de limpeza. Outra pesquisa mostra que os alimentos básicos, apesar da aceleração de preços da carne, subiram 10,71% na semana, abaixo dos 10,88% do período anterior. A desaceleração se deve à queda de farinhas e estabilidade do feijão. Firmino Rodrigues Alves, da Associação Paulista de Supermercados, atribui a aceleração dos preços no setor aos acertos que estão sendo feitos com o novo indexador. Pelos menos 25% dos negócios já estão sendo feitos em URV, que promoveu um aumento real de 15% em média nos preços nos cálculos da associação. Os negócios feitos em cruzeiros reais estão com juros absurdos, afirma Alves. Algumas indústrias chegam a cobrar taxas de 65% nos negócios, afirmou. A tendência de alta deve continuar. Os estoques adquiridos em cruzeiros reais estão acabando e os comprados em URV vêm com preços maiores. Rodrigues acredita que a evolução média de preços nos supermercados vão atingir 50% em abril. Esta alta preocupa porque o aumento de preços significa vendas menores, afirma. As maiores altas da semana foram leite e seus derivados, que passaram a custar 24,3% mais para os paulistanos. Este setor encabeça a lista das principais altas, com as sete primeiras posições. A liderança foi de mozarela que subiu 73% em apenas uma semana, conforme o Datafolha. Rodrigues Alves diz que este produto subiu 30%, em URV, de 1º a 30 de março. Outros dois setores estiveram com forte aceleração de preços: carnes (16,15%) e alimentos enlatados (15,83%). Os artigos de higiene subiram (7,24%) e os de limpeza (9,09%). Próximo Texto: Acordo 'congela' leite em pó por dois meses Índice |
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