São Paulo, sábado, 9 de abril de 1994 |
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Programa sustenta que governo dos EUA foi 'cúmplice' do Holocausto
CARLOS EDUARDO LINS E SILVA
Admiradores da memória do presidente Franklin Roosevelt (que esteve na Casa Branca entre 1931 e 1945) manifestaram especial desagrado pelo conteúdo do programa de 80 minutos exibido em horário nobre na quarta-feira. Em resumo, o filme sustenta a tese de que o governo dos EUA foi "cúmplice" do Holocausto praticado pelos nazistas por ter tido como política não resgatar na década de 30 os judeus ameaçados na Europa. O produtor do documentário, Martin Ostrow, também acusa a maioria da população americana de ter sido omissa em relação ao drama dos judeus e dá exemplos de pessoas que até apoiaram a "solução final". É mais ou menos reconhecido pela maioria dos historiadores que a administração Roosevelt foi cautelosa em excesso quanto a ações com o objetivo de retirar judeus da Europa, em especial antes de 1941, quando os EUA entraram na Segunda Guerra Mundial. Mas poucos até agora se atreveram a taxar esse comportamento de deliberada intenção de facilitar o trabalho dos nazistas. Ostrow, na verdade, oferece pouca documentação para comprovar sua tese. No entanto, impressionam no programa as cenas muito pouco divulgadas antes de manifestações de anti-semitismo em diversas cidades dos EUA durante a década de 30. Pesquisa realizada pelo Instituto Louis Harris em dezembro do ano passado mostra que apenas 62% dos entrevistados nos EUA acreditam terem ocorrido assassinatos em massa de judeus na Europa nos anos 30 e 40. Isso, depois de já ter sido lançado o filme "A Lista de Schindler", de Steven Spielberg, com enorme divulgação, de já estar funcionando há meses o Museu do Holocausto em Washington. Texto Anterior: Boa realização marca policial Próximo Texto: Curso realiza viagem artística a Florença Índice |
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