São Paulo, domingo, 10 de abril de 1994 |
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Transportadoras perdem US$ 1 mi por mês
PAULO FERRAZ
A situação é tão preocupante que a Fetcesp (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado) trouxe na semana passada a São Paulo três dos quatro promotores italianos responsáveis pela operação "Mãos Limpas" para debater o problema e sugerir soluções (leia texto nesta página). Os números, segundo as estatísticas do CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento) da Secretaria da Segurança Pública vêm crescendo a cada ano (veja quadro ao lado). Entre 1991 e 1993, o volume de roubos de cargas cresceu em 128%, saltando de 374 ocorrências para 854. O maior índice ocorre na capital e periferia, com 63,3% dos casos. Só nos dois primeiros meses deste ano, foram 112 roubos, furtos e desvios de cargas no Estado. Os roubos são feitos através do uso de violência ou de armas, enquanto os furtos e os desvios não usam a violência. Segundo as projeções, o ano de 1994 deve superar as 900 ocorrências. Os mais visados Os alimentos são as cargas preferidas pelas quadrilhas, com 16,8% das ocorrências. Em segundo lugar, vêm os produtos eletro-eletrônicos e os medicamentos, com 10,2% cada um. Depois, vêm as cargas de tecidos e confecções, peças e pneus de veículos, cigarros e calçados. O período de maior incidência de roubos, furtos e desvios de cargas é o da manhã, com 44,9% das ocorrências, seguido pelo da tarde, com 36,7%. No período da noite foram registradas 18,4% das ocorrências. A quarta-feira é o dia preferido pelas quadrilhas. Neste dia da semana aconteceram 24,5% de todas as ocorrências registradas no último mês de fevereiro, segundo as estatísticas. A região mais visada no mês de fevereiro foi a de Guarulhos, na Grande São Paulo. Nas estradas, as preferidas foram a Dutra e a Régis Bittencourt. Até agora, o mês recordista em ocorrências de roubos, furtos e desvios foi março do ano passado, com 106 casos. Segundo os três promotores italianos, a situação só pode ser revertida com uma reforma do Código Penal, aumentando as penas previstas para os receptadores (aqueles que compram e revendem as cargas roubadas), considerados o principal elo das quadrilhas. Outra sugestão feita pelos italianos foi a criação de uma promotoria só para cuidar dos processos de roubos, furtos e desvios de carga (leia texto nesta página). A Fetcesp deve formar, nos próximos dias, uma comissão para elaborar, junto com promotores brasileiros, uma proposta de criação desta promotoria. Texto Anterior: Regina Casé estréia hoje quadro no "Fantástico" Próximo Texto: Promotor quer penas maiores Índice |
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