São Paulo, domingo, 10 de abril de 1994
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É difícil garantir jóia e quadro

Garantir suas jóias, obras de arte e bens semelhantes não é fácil. As seguradoras evitam fazer este tipo de apólice, porque o risco de roubo ou de fraude é muito grande.
Segundo os corretores, estes bens normalmente estão em residências, sem qualquer esquema de segurança. Por isto, estão sujeitos a todo tipo de risco, como roubo, incêndio, acidentes domésticos, má conservação etc.
Além disso, nada impede que um segurado desonesto simule, por exemplo, o roubo de uma jóia para receber a indenização. Seria difícil para a empresa comprovar este tipo de fraude.
Assim, são poucas as seguradoras que oferecem estas coberturas e, quando oferecem, o fazem apenas para alguns clientes muito especiais. E como o valor que você paga pelo seguro varia de acordo com a taxa de risco, neste caso ele é bastante elevado, ficando em torno de 10% do valor do bem.
Optar por um cofre bancário também não lhe dá total segurança. Hoje, são poucos os bancos que oferecem este serviço, apenas em algumas agências e para clientes preferenciais. A explicação é a mesma das seguradoras: o risco é alto.
Se os objetos guardados no cofre forem comunicados ao banco, há a possibilidade de se fazer seguro. Entretanto, na maior parte das vezes, o conteúdo dos cofres é sigiloso, porque envolve pertences que não são declarados à Receita Federal ou ilegais, como dólares.
O resultado é que, quando há um roubo na agência bancária, os clientes ficam anos lutando na Justiça para tentar receber a indenização. Quando ganham a ação, o valor geralmente é inferior ao dos bens perdidos.
No caso de obras de arte, já existe um seguro específico desde 1988, cujas regras estão na carteira de riscos diversos. Entretanto, ele destina-se mais a pessoas jurídicas, como museus, galerias e escritórios de arte. O acesso às pessoas físicas é bastante limitado.

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