São Paulo, domingo, 10 de abril de 1994
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Série usa humor para promover noção de civilidade no trânsito

ANNETTE SCHWARTSMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 10/04/94
Depois do fechamento desta edição, a Fundação Roberto Marinho decidiu adiar a estréia da série "Educação para o Trânsito". Originalmente prevista para o dia 16 de abril - conforme informado -, a série educativa só entrará no ar dia 30, às 7h10, na Rede Globo.
Disseminar o preconceito contra os "trogloditas do trânsito". Este é o mote de "Educação Para o Trânsito", série semanal que estréia no próximo sábado, às 7h10, na Globo.
São cinco episódios de 18 minutos cada que, além de ensinarem os preceitos básicos sobre regras e sinalização, exploram com humor a civilidade –ou a falta dela– no trânsito.
Viviane Pasmanter e Guilherme Leme assumem seu lado "TV Pirata" e se travestem em mais de 50 personagens que enfrentam situações no trânsito: o boçal que corre para mostrar à namorada que é o bom, a perua que acha "normal" trafegar pela faixa exclusiva de ônibus, o malandro que tem como hobbie furar sinais vermelhos e o pedestre distraído.
O lado sério fica por conta da participação especial de Caetano Veloso, que comenta com sensatez dados estatísticos –número de acidentes por dia, atropelamentos por hora e absurdos afins– que fazem do Brasil o campeão mundial em mortes no trânsito.
É feliz a escolha do compositor para o papel de "consciência crítica". Advém do fato de Caetano ter manifestado recentemente indignação com a "esperteza" do motorista médio brasileiro. Em suas canções, os exemplos são muitos. Dois recentes: "...e ela nunca furou um sinal, e isso é legal..." na música "Neide Candolina" e "...e quando você furar o sinal vermelho, o velho sinal vermelho...", em "Haiti".
O programa foi co-patrocinado pelo governo de Pernambuco e a Fundação Roberto Marinho, com produção da TV1. O roteiro é de Júlio Rodrigues e a direção de José Geraldo Magalhães.
Apesar do horário ingrato –nas manhãs de sábado, boa parte dos trogloditas do trânsito ainda dorme–, a atitude de realizar uma série sobre o problemático tema é, no mínimo, louvavel. Outras séries com a mesma proposta educacional –abordando temas como saúde, sexo e alimentação– se seguirão.

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