São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 1994 |
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EUA reduzem verba contra tráfico
FERNANDO ROSSETTI; FLÁVIA DE LEON
O governo dos EUA não quer continuar enviando recursos para financiar toda a política de repressão às drogas no Brasil. Para os EUA, o governo brasileiro não tem demonstrado vontade política para implementar programas de combate às drogas. A crítica também vale para o Congresso. Para os EUA, os parlamentares brasileiros deveriam priorizar a aprovação de leis para facilitar o combate ao tráfico. O México, país que já autofinancia suas operações e que não recebe mais dinheiro norte-americano, é tido como um exemplo. "Queremos uma mexicanização do Brasil", disse o embaixador Cresencio Arcos, subsecretário adjunto de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos do Departamento de Estado. Segundo o embaixador, o governo brasileiro deveria aumentar o orçamento destinado a combater o tráfico e investir na PF. O primeiro passo, porém, seria o reconhecimento por parte do governo brasileiro de que o tráfico está crescendo. Arcos disse que, com o dinheiro destinado ao Brasil pelo Departamento de Estado, será possível dar "uma pequena ajuda à Polícia Federal (como pagar gasolina para operações em regiões onde a PF não tem verba para isso), pagar algumas viagens, adestrar cães e também para algumas tentativas de reduzir a demanda de drogas". "Não tem sentido o governo norte-americano gastar dinheiro para pagar a gasolina da PF", afirmou o embaixador. O próprio Departamento de Estado sofreu um corte de 33% de sua verba para a área de narcóticos: de US$ 150 milhões, em 1993, para US$ 100 milhões este ano. "A idéia, agora, é que sai mais barato fazer a interdição na raiz do problema do que fazê-la em trânsito", afirma Arcos. "Achamos que o Brasil é o principal corredor de cocaína atualmente", diz o embaixador. Os jornalistas FERNANDO ROSSETTI e FLÁVIA DE LEON viajam a convite da Usia (United States Information Agency). Próximo Texto: Droga é tema de workshop Índice |
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