São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 1994
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Britânicos querem rigor contra filmes violentos

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

O governo britânico vai enviar ao Parlamento projeto que prevê prisão de até dois anos para donos de lojas de vídeo que vendam ou aluguem fitas de filmes considerados violentos a crianças.
O projeto prevê também que algumas fitas com cenas de violência explícita tenham sua distribuição em vídeo proibida e aumenta o rigor na classificação por faixa etária das fitas.
Quem quiser alugar uma fita de vídeo vai ter provar que tem idade para assisti-lo.
As medidas visam impedir o acesso de crianças a fitas que possam induzir a um "comportamento inadequado".
O governo apresentou seu projeto no Parlamento para barrar a aprovação quase certa do projeto do deputado liberal-democrata David Alton (da oposição).
Ele determinava genericamente que filmes que passassem "um modelo inadequado ou causassem dano psicológico" às crianças fossem banidos em vídeo
Se aprovada, a medida poderia impedir a distribuição de filmes como "A Lista de Schindler" e "Dança com Lobos".
Os vídeos com temática violenta têm sido citados por parlamentares e especialistas como responsáveis por comportamento violento entre crianças e adolescentes e pelo aumento da criminalidade infantil.
Pesquisas de opinião apontam que a maioria da população concorda com eles.
Mas uma pesquisa do Instituto de Estudos de Políticos realizada entre adolescentes com e sem ficha criminal revelou que os dois grupos têm preferências parecidas em relação a fitas de vídeo e programas de televisão.
A maioria escolheu como programa favorito as novelas britânicas exibidas no final da tarde, onde não faltam personagens caricatos de péssimo caráter.
A ofensiva contra os filmes considerados "prejudiciais" às crianças não vai evitar que elas tenham livre acesso aos filmes programados por TVs a cabo ou satélite, que exibem filmes 24 horas por dia e atingem cerca de três milhões de lares na Grã-Bretanha.

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