São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Estudantes ocupam prédio de ministério

DA REPORTAGEM LOCAL

Estudantes de 1º e 2º graus e universitários fizeram ontem uma manifestação no hall do prédio do Ministério da Fazenda em São Paulo, no bairro da Luz.
O ato começou às 9h em frente à Escola Técnica Estadual de São Paulo (Etesp), de onde os estudantes seguiram em passeata até o Ministério da Fazenda, a um quilômetro dali.
Segundo a PM, participaram da passeata 400 estudantes. A UNE (União Nacional dos Estudantes) e as outras entidades organizadoras estimam em mil os manifestantes.
Os manifestantes pediram que US$ 4,5 bilhões do Fundo Social de Emergência sejam incluídos na área de educação e que o governo regulamente os reajustes de mensalidades escolares.
Em outras capitais de Estado, como Belo Horizonte e Florianópolis, também aconteceram manifestações simultâneas.
No prédio do ministério, onde também funciona a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, o antigo Serviço Nacional de Informações, houve conflito com seguranças.
Depois que os estudantes tinham ocupado o hall, um funcionário, que não se identificou, exigiu a saída deles e disse que iria chamar a polícia, o que acabou não acontecendo.
Uma comissão de representantes foi recebida pelo delegado administrativo do ministério em São Paulo, Fernando Leça, que ouviu e recebeu um manifesto escrito dos estudantes com suas reivindicações.
Depois, o presidente da UNE, Fernando Gusmão, ligou da sala de Leça para o gabinete do ministro da Educação.
Ficou meia hora no telefone e só conseguiu falar com uma secretária e um assessor, de quem ouviu a informação de que o governo finaliza uma MP sobre mensalidades.
A ligação custou US$ 10, o mesmo que o governo de São Paulo gasta com um estudante durante 15 dias, segundo a Apeoesp (sindicato dos professores).
Alguns estudantes participaram da concentração, mas não seguiram a passeata. "Eles disseram que a manifestação era contra o corte de verbas para a educação, mas falam contra o plano econômico e o FHC. Vou voltar para a aula", disse Luiz Segala, 16, aluno da Etesp.

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