São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Comissão aprova cassação de Raquel Cândido
DENISE MADUEÑO
Deputados ficaram constrangidos, a acusada chorou e o advogado de defesa, o ex-senador Leite Chaves, não poupou a vida íntima da deputada que defendia. Agora, a deputada deve passar pela votação no plenário da Câmara para ter o mandato cassado em definitivo e ficar inelegível por três anos. O discurso da defesa não conseguiu inocentar Cândido. O relator do processo, deputado Tourinho Dantas (PFL-BA), concluiu que a acusada desviou dinheiro do Orçamento destinado ao Instituto Político e Social Eva Cândido, da própria deputada. Chaves traçou um perfil de Cândido como uma mulher lutadora, perseguida e ameaçada pelo narcotráfico. Segundo o advogado, Cândido já recebeu dois tiros e teve costelas quebradas. Chaves afirmou que foram as ameaças que levaram Cândido a tentar suicídio duas vezes em janeiro passado. No relato à comissão, Chaves expôs detalhes de operações cirúrgicas de Candido. Segundo o advogado, depois de tentar suicídio, a deputada aproveitou que estava no hospital para corrigir alguns problemas físicos. "Ela fez uma cirurgia para levantamento da bexiga, porque tinha incontinência urinária e aproveitou para cortar o clitóris." Segundo Chaves, Cândido foi estuprada por seis soldados em 1964. "É a compulsão pela defesa ginecológica", afirmou o presidente da CCJ, José Thomaz Nonô (PMDB-AL), após ter tentado impedir que Chaves falasse da intimidade de Cândido. Texto Anterior: Correios sustam os pagamentos ao Papa-Tudo Próximo Texto: Deputada diz que pode se matar Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |