São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994 |
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Parlamento italiano estréia com impasse
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O novo Parlamento italiano se reuniu ontem pela primeira vez mas não conseguiu eleger os presidentes da Câmara e do Senado. Nenhum candidato obteve os votos necessários e novas votações estavam previstas para hoje.No Senado, o atual presidente, Giovani Spadolini, 68, ficou com 156 votos. Carlo Scognamiglio, 49, da coalizão de direita que venceu as eleições, teve 153. Na segunda votação, Spadolini teve 157 votos e Scognamiglio, 153. Nas duas rodadas seriam necessários 164 votos, maioria absoluta do número de senadores. A coalizão de direita não tem maioria no Senado. O magnata da TV Silvio Berlusconi, que lidera a coalizão, disse que, se Spadolini vencer, pode ser necessário convocar novas eleições. Berlusconi é apontado como favorito para o cargo de primeiro-ministro da Itália. O presidente Oscar Luigi Scalfaro só pode indicar o premiê depois que o Parlamento escolher seus presidentes. "O governo não pode governar se sua política não é compartilhada pelas duas casas do Parlamento", disse Berlusconi para explicar por que não aceita Spadolini como presidente do Senado. O diretor de cinema Franco Zefirelli, eleito senador pela Força Itália, partido de Berlusconi, disse que a nova eleição seria necessária só para o Senado. O líder dos neofascistas da Aliança Nacional, aliados de Berlusconi, diminuiu a importância de uma eventual vitória de Spadolini. "Não será traumático se Spadolini vencer", disse Gianfranco Fini. Spadolini é apoiado pelas coalizões de esquerda, segunda colocada nas eleições, e de centro, a terceira. Ele preside o Senado desde 1987 e era membro do Partido Republicano, um dos atingidos pelas investigações de corrupção conhecidas como "Operação Mãos Limpas" que tiraram os partidos tradicionais –Democrata Cristão e Socialista– do cenário político. A candidata da coalizão à presidência da Câmara, Irene Pivetti, 31, obteve 340 votos contra 192 de Anna Finocchiaro, 39, do Partido Democrático de Esquerda. Eram necessários dois terços da Câmara –420 votos. Na segunda votação, Irene teve 330 votos contra 192 de Anna. Eram necessários 414 votos –dois terços dos deputados presentes à sessão. A vitória de Irene, no entanto, é quase garantida. A proporção necessária vai diminuindo a cada votação até que, depois da quarta, o candidato mais votado é eleito. Irene é da Liga Norte, partido federalista minoritário na coalizão vencedora. Se for eleita, será a pessoa mais jovem a presidir a Câmara desde a Segunda Guerra. Texto Anterior: Vôos dos EUA no Iraque são suspensos Próximo Texto: Disputa racha governo de coalizão japonês Índice |
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