São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Bicheiro diz que ajuda várias igrejas

Do enviado especial ao RioO bicheiro Castor de Andrade informou à Folha, por intermédio dos seus advogados, que os contraventores são ecumênicos nas suas ações de "caridade".
Ser ecumênico, para os bicheiros, significa ajudar ao mesmo tempo religiosos de várias igrejas. Por este motivo constam da lista em poder da Procuradoria de Justiça do Rio pastores evangélicos e padres católicos.
No livro-caixa apreendido em escritórios de Castor de Andrade, existe o registro de contribuição em nome de "padre Max"
(Max Rodrigues, da igreja de São Lourenço, de Bangu, zona oeste do Rio) e à igreja de São Pedro de Aldeia.
O padre Max recebeu, segundo o livro-caixa (folha 138), CR$ 1 milhão. A igreja de São Pedro ganhou, conforme a folha 140 do mesmo livro, CR$ 3 milhões.
O colunista da Folha Janio de Freitas obteve cópias do livro e dos demais documentos recolhidos pela Procuradoria de Justiça nos escritórios do bicheiro.
O cardeal arcebispo d. Eugênio Salles tem condenado, nas suas declarações, o dinheiro obtido pelos contraventores.
Castor de Andrade informa que o dinheiro doado às igrejas era repassado diretamente para os fiéis, durante as missas.
Uma das igrejas ajudadas por Castor, segundo os seus advogados, é a do Convento de Santo Antônio, no centro do Rio.
O frei Edgard Weist, que comanda a igreja, disse que o bicheiro costuma ser generoso com as pessoas pobres que frequentam as missas e dormem nas calçadas do centro da cidade.
"Mas não se trata de uma ajuda sistemática à igreja", afirma o frei. "Ele vem aqui (Castor) e sai ajudando as pessoas. Não podemos proibir ninguém de fazer caridade com os pobres".

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