São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Parte do sucesso se deve ao novo motor Ford

A máquina

FLAVIO GOMES
DO ENVIADO ESPECIAL

É lógico que só um chassi bonitinho e uma aerodinâmica requintada não vencem corridas. Para se tornar vencedora, a Benetton recebeu, em 94, o primeiro motor digno desse nome da Ford.
O propulsor, um V8 com cilindros inclinados em 75 graus (bem estreito, ocupando menos espaço atrás), é chamado de Zetec-R. A denominação vem dos motores de série que equipam carros da Ford como o Mondeo. O "R" vem de "racing" –corridas.
Esse motor é mais leve que os de 10 e 12 cilindros da Renault e da Ferrari, por exemplo. É uma vantagem. Ao mesmo tempo, atinge 15.000 rotações por minuto, quase o mesmo que seus concorrentes mais potentes.
Em relação ao modelo Ford HB, usado em 93, o Zetec-R tem 40 HP a mais de potência. Gira mil rotações a mais por minuto.
Peças internas, como bielas e válvulas, são fundidas em titânio. Os pistões são feitos de uma liga de metal à base de magnésio. Tudo leve e muito resistente.
O gerenciamento eletrônico do Zetec-R (sistema que comanda injeção de gasolina, saída e entrada de ar e ignição) foi criado pela Ford. Chama-se EEC (Electronic Engine Management). Seus computadores processam até 1,7 milhão de informações por segundo.
Senna ficou surpreso com o desempenho no novo motor Ford. "É espantoso o aumento da potência de um ano para o outro", disse. A fábrica, recordista em vitórias na F-1 com 167 primeiros lugares em 386 GPs, tem planos para fazer um V12 no futuro.
O bom rendimento do novo motor pode fazer a Benetton desistir da idéia de comprar a Ligier para conseguir o repasse dos propulsores Renault, que equipam a Williams. Essa hipótese, porém, ainda não está descartada.(FG)

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