São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 1994
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MIS exibe vídeos sobre questão indígena

EDUARDO SIMANTOB
DA REDAÇÃO

Mostra: Índios
Vídeos: Davi Contra Golias, Brasil Caim (Aurélio Michiles); Araweté (Murilo Santos); A Arca dos Zo'é e Eu Já Fui Seu Irmão (Vincent Carelli); Rito Krahô (Heinz Forthmann e Marco de Souza Mendes); Meu Amigo Garimpeiro (produzido pelo Centro de Trabalho Indigenista)
Quando: a partir de hoje até quarta (dia 20)
Sessões: às 20h, 20h15, 20h30 e 21h
Onde: Museu da Imagem e do Som (MIS) - av. Europa, 158, tel. 280-0896 (Jardim Europa, zona oeste de São Paulo)
Entrada: franca

O Museu da Imagem e do Som exibe a partir de hoje uma mostra de seis vídeos enfocando a questão indígena no Brasil.
No evento, será lançado o vídeo "Davi Contra Golias, Brasil Caim", do diretor Aurélio Michiles, produzido em 1993 pelo Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi).
O vídeo enfoca o massacre dos índios ianomâmi ocorrido em agosto do ano passado (veja texto ao lado).
Michiles realizou seu documentário baseado no relato do pajé Davi Yanomami, inserindo imagens do local da chacina sem se preocupar com o registro cronológico dos fatos.
O ponto central desse trabalho é a crítica contra a banalização e esquecimento dos sucessivos massacres ocorridos no país (como o da favela de Vigário Geral, no Rio, na mesma época).
Aurélio Michiles tem em seu currículo diversos documentários exibidos na TV, entre eles "Que Viva Glauber!" (sobre o cineasta baiano Glauber Rocha) e "A Agonia do Mogno" (para o programa "Documento Especial" do SBT).
Destaca-se também na mostra o vídeo "A Arca dos Zo'é", do diretor Vincent Carelli e da antropóloga belga Dominique Gallois.
"A Arca dos Zo'é" é uma amostra interessante dos conceitos de antropologia visual, que utiliza meios como o vídeo, a fotografia e a iconografia para a pesquisa da cultura de sociedades indígenas.
Neste trabalho, índios já acostumados com a cultura branca visitam uma outra aldeia longe do contato com garimpeiros e que ainda conserva suas tradições sem interferências.
Os próprios índios registram a visita e documentam o processo de aliança intercomunitária, discutindo seus costumes e procurando hábitos comuns.

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