São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994
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Cooperativas lançam campanha

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O governo atendeu, com o pacote de março, a maioria das reivindicações dos produtores, como preço mínimo e maior alíquota de importação.
Mas os agricultores também resolveram se mobilizar para melhorar a qualidade do trigo.
Reunidos em Curitiba (PR) na semana passada, representantes da Fecotrigo e Ocepar lançaram uma campanha para conscientizar os produtores da importância da triticultura.
"Precisamos garantir que a retomada das atividades na lavoura ocorra na prática", diz Rui Polidoro Pinto, da Fecotrigo.
As lideranças do setor entendem que o trigo ainda é a melhor alternativa para o inverno, que além do fator econômico possibilita a rotação de culturas com soja e milho.
Segundo Dick Carlos de Geus, da Ocepar, o trabalho agora deve ser no sentido de mostrar aos agricultores que a indústria não aceita qualquer tipo de trigo.
Daí a importância da medida que estabelece melhores condições de remuneração e financiamento, de acordo com a classificação da qualidade do produto.
Tanto Polidoro quanto Geus garantem que suas entidades estão empenhadas no desenvolvimento de pesquisas, visando obtenção de variedades mais produtivas.
Eles enfatizam que este fator é a base para a melhoria do teor de panificação do produto brasileiro.
"A pesquisa também possibilitará que aumentemos a produtividade e, como consequência, tenhamos maiores lucros", diz Geus.
Hoje a média brasileira é de cerca de 1.800 quilos por hectare. Segundo os produtores, o incentivo à pesquisa elevará este desempenho para 2.400 kg/ha.
As possibilidades do trigo irrigado também são animadoras. O plantio no Cerrado atingiu 5.000 kg/ha nas lavouras comerciais e mais de 8.000 kg/ha em áreas experimentais.
Apesar de todo o otimismo, este ano o aumento da área ainda será modesto. O Rio Grande do Sul, por exemplo, deve cultivar cerca de 650 mil ha, com acréscimo de apenas 10% em relação a 93.
No Paraná, o trigo será cultivado em 700 mil ha, o que representa uma redução de 35% na comparação com 93.
Dois problemas contribuem de forma decisiva para esta expectativa: escassez de sementes e atraso na liberação de verbas oficiais para financiamento.

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Sobre trigo na pág.3

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