São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994 |
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Preço da roupa de inverno dispara e assusta clientes
FÁTIMA FERNANDES
Os preços subiram até 30,05% quando comparados com os praticados na última semana de março. Resultado: lojas registram queda de até 30% nas vendas este mês. O levantamento de preços foi feito pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Os tecidos subiram 40,49%; os calçados, 40,12% e as roupas, 30,05%. Esses aumentos ficaram bem acima do IPV (Índice de Preços do Varejo), de 23,68%. O IPV é um índice médio. Mônica Hage, economista da federação, diz que os aumentos eram esperados por conta do término das liquidações e do lançamento das peças mais pesadas. Na sua análise, a tendência é a de o ritmo de aumento de preços diminuir por causa da queda no consumo. "O consumidor não vai aceitar pagar caro." "O preço dos produtos em URV inibe o consumidor. Além disso, agora que US$ 1 vale aproximadamente CR$ 1.000,00, fica muito mais fácil para ele fazer conta e ter noção dos preços", diz Viktor Ljubtschenko, proprietário da Vitia, loja de roupas femininas. Ele conta que a sua coleção de outono-inverno deste ano está cerca de 30% mais cara, em dólar, do que a do ano passado. Nas lojas da Vitia, por exemplo, um blazer de lã custa US$ 92 e uma camisa de crepe, manga longa, US$ 30. Para ele, isso é resultado da redução da produção de tecidos em razão da estratégia de muitas tecelagens de manter estoques reduzidos de artigos para inverno. A Vitia, diz ele, também cortou 35% a oferta de peças para o frio. A Confecções Camelo, especializada em roupas masculinas, programa fabricar para este inverno o mesmo do que no ano passado –ou 30 mil peças por mês. "Não dá para apostar em aumento do consumo. As vendas foram fracas em março e continuam ruins neste mês", afirma Adriana Camelo, diretora de marketing. Para Mauro Zolko, sócio-proprietário da X-Ray, "há muita especulação de preços" e isso deve se estender até a entrada do real. Próximo Texto: Lojas de fábrica adotam cautela Índice |
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