São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994 |
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Inquérito conclui que Odebrecht superfaturou duas obras no Acre
WAGNER OLIVEIRA
As obras, superfaturadas em 177%, são o canal da Maternidade e a estação de tratamento de água. Elas começaram no fim de 91 e ainda estão inacabadas. O Canal da Maternidade visava canalizar um córrego no centro de Rio Branco. Segundo a Polícia Federal, a concorrência foi "dirigida" para que a Norberto Odebrecht ganhasse a licitação. A PF (Polícia Federal) apurou que as outras empreiteiras apresentaram um preço maior para que a Odebrecht vencesse a licitação. O inquérito foi concluído pela Polícia Federal no último dia 6 e agora está com o procurador-geral de Justiça do Acre, José Flaubert Machado. Machado disse ontem à Folha que vai levar cerca de 15 dias para analisar o inquérito, que possui cerca de 5.000 páginas, em seus 20 volumes. "Ainda não posso dizer nada sobre o futuro do inquérito. Não sei se vou oferecer a denúncia ou pedir seu arquivamento", afirmou. Investigações feitas pelo Tribunal de Constas da União (TCU), Procuradoria Geral da República e Assembléia Legislativa do Estado mostraram várias irregularidades na licitação. Não havia uma planilha detalhada de custos. O governo do Estado, segundo a Procuradoria Geral da República, chegou a falsificar documentos para justificar a cobrança de preços mais elevados. Segundo um levantamento do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado, divulgado em 1992, o superfaturamento superava os 100%. Além disso, a construtora recebeu Cr$ 1,5 bilhão antes mesmo de iniciar a obra –que nunca foi concluída. Texto Anterior: Um velho de sete anos Próximo Texto: Escândalo surgiu em 92 Índice |
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