São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994 |
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Hillary admite erros em Whitewater
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Em entrevista coletiva de 70 minutos na Casa Branca, ela respondeu pela primeira vez de forma extensiva a perguntas sobre o caso. Admitiu ter-se oposto à nomeação de um promotor independente para apurar o caso e se recusado a responder certas questões de jornalistas. "Agi assim devido a minha crença fundamental no direito à privacidade. Mas isso só ajudou a criar confusão e eu resolvi mudar", afirmou. Hillary repetiu várias vezes que não se lembrava de detalhes das operações financeiras feitas por ela e seu marido na década de 80 e foi incapaz de responder de maneira satisfatóriia a algumas perguntas. Mas, em geral, ela pareceu convincente. Sentada em frente à lareira da sala de jantar da Casa Branca, com vestido cor-de-rosa e penteado novo, Hillary demonstrou segurança e tranquilidade. O senador Alfonse D'Amato, do Partido Republicano, de oposição, disse logo após a entrevista que a primeira-dama foi "fantasiosa" e que ele vai apresentar a ela na terça-feira uma série de questões sobre Whitewater. Hillary afirmou não saber por que o prejuízo do casal Clinton na construtora Whitewater foi 30% do prejuízo do casal McDougal se cada um tinha 50% das ações. Disse só ter tomado conhecimento de que o assessor da Casa Branca, Vincent Foster, tinha documentos pessoais dos Clinton em seu gabinete depois da morte dele em julho de 1993. Defendeu seus investimentos financeiros, definindo-os como "uma forma de garantir o futuro da família", não como "tentativa de enriquecer". Negou que dinheiro do banco de poupança de seu ex-sócio James McDougal tenha sido desviado para campanhas políticas de Clinton. Declarou que não tinha sido avisada por seu contador de um lucro de US$ 6.498 que ela havia conseguido em 1989 com uma conta de investimentos. Na semana passada, ela pagou US$ 14.615 ao imposto de renda por não ter registrado esse ganho em sua declaração de 1980. Embora Hillary tenha lembrado que sua predecessora Eleanor Roosevelt (primeira-dama entre 1931 e 1945) deu 340 entrevistas coletivas na Casa Branca, a dela ontem não tem precedentes na história. Foi a primeira vez que uma primeira-dama enfrentou repórteres sobre denúncias de irregularidades feitas contra ela e o presidente dos EUA. Texto Anterior: Otan dá prazo para recuo sérvio Próximo Texto: Nixon permance em coma profundo Índice |
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