São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 1994 |
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Marcelo Negrão só retorna se jogar em time paulista
SÉRGIO KRASELIS
No próximo sábado, ele e Tande se integram ao grupo na Alemanha, onde a seleção faz dois amistosos antes da estréia na competição, contra a Bulgária, dia 6 de maio, em Varna. Em entrevista exclusiva à Folha, Negrão, que joga no Sisley/Treviso, da Itália, disse que ainda não está definido o clube em que ele vai disputar a Liga Nacional 94/95. "A única coisa que posso dizer com segurança é que só volto ao Brasil para jogar em São Paulo", afirma o jogador. Com um leve sotaque italiano na voz, Negrão diz que está solteiro e que as tietes podem ir esperá-lo no aeroporto assim que chegar ao Brasil. Folha - Qual a sua expectativa de voltar à seleção brasileira? Marcelo Negrão - Bom, tudo depende do técnico. Sei que vou me integrar ao grupo. Agora, se já vou participar dos primeiros jogos amistosos na Alemanha, eu ainda não sei. Folha - O preparador físico da seleção, Júlio Noronha, tem demonstrado muita preocupação com você e com o Tande, devido ao desgaste com os jogos da Liga Italiana. Negrão - Estou normal na minha forma. A Liga realmente é muito desgastante, mas temos tido treinamentos específicos, com ritmo forte. Folha - O Brasil estréia na Liga Mundial contra a Bulgária, depois pega a Grécia e na sequência os EUA. Qual dessas seleções é a mais forte? Negrão - Os EUA, apesar de estarem com um time renovado. Eles têm mais tradição no vôlei. A Bulgária tem jogadores fortes e a Grécia não tem nenhuma tradição. Folha - E a perspectiva de voltar a jogar no Brasil? Negrão - Eu acho importante para o vôlei brasileiro os jogadores voltarem ao país. Isso vai permitir que o Brasil ganhe um campeonato forte, de alto nível. Além de crescer, a Liga vai estimular a meninada a querer jogar vôlei. Folha - Há muita especulação sobre a equipe que você iria defender na Liga Nacional. Essa escolha já está definida? Negrão - Eu ainda não acertei com nenhum clube. Agora, uma coisa eu posso dizer com segurannça: fora de São Paulo eu não quero jogar. Não existe essa possibilidade. Eu sou de São Paulo, minha família toda é de São Paulo. Folha - Como você tem recebido as notícias sobre a situação econômica do Brasil? Negrão - Falo quase que diarimente com a minha mãe em São Paulo. A URV, por exemplo, que surgiu para acabar com a inflação, já nasceu morta. É o que estou sabendo. Além das baixarias na política, como os ataques à vida pessoal dos candidatos da campanha presidencial. Folha - E a situação na Itália? Negrão - A economia italiana foi muito atingida com a 'Operação Mãos Limpas' (investigação feita pelo Legislativo italiano que apurou o envolvimento da máfia em vários setores da vida do país, incluindo o esporte). Mas não dá para comparar com o que acontece em nosso país. Aqui, ninguém sai de um escândalo dando risada. Folha - Depois de uma temporada na Itália, o que mais lhe chamou a atenção no país? Negrão - Olha, da Itália, o que eu gostei mais foi das italianas (risos). Folha - A tietagem na Itália é tão grande como no Brasil? Negrão - No Brasil as torcedoras são mais calorosas. Isso é uma característica do povo brasileiro. Na Itália, o público torce muito, pede autógrafo, só que sem o mesmo entusiasmo. Texto Anterior: Milano vence e prorroga decisão Próximo Texto: Schwantz ganha GP do Japão; Barros é o 5º Índice |
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