São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994
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Seleção terá sexo somente a cada 10 dias durante a Copa do Mundo

DA SUCURSAL DO RIO E DA REPORTAGEM LOCAL

Seleção terá sexo somente a cada10 dias durante a Copa do Mundo
Os jogadores da seleção brasileira só poderão fazer sexo a cada dez dias, em média, se a equipe chegar à final da Copa do Mundo. Eles começam a treinar em 17 de maio. A decisão do Mundial é em 17 de julho.
O plano de treino e disputa da Copa prevê duas folgas no Brasil e quatro nos Estados Unidos.
"É nesses dias que eles podem aproveitar para se realizarem sexualmente", reafirmou ontem o técnico Carlos Alberto Parreira. Ele considerou excessivo o destaque para sua decisão de permitir sexo durante a competição.
"Não tem nada demais", disse. "Já vi jogadores fazerem muito sexo em Copas e jogarem bem. Mas tem de haver sublimação, não exagerar."
O supervisor Américo Faria disse que pode haver mais ou menos folgas do que está previsto, de acordo com o desempenho da seleção.
"O que digo com certeza é que as folgas nunca serão de dias inteiros", contou. "Terão apenas um turno e os atletas sempre dormirão no hotel onde a delegação estiver."
As duas primeiras folgas serão no fim-de-semana 21 e 22 de maio, no Brasil. Depois, só nos EUA, para onde a equipe viaja no dia 25 do mesmo mês.
Para evitar o que considera mal-entendido, a comissão técnica da seleção recuou da oposição à presença das mulheres dos jogadores no Mundial. "Apenas não incentivamos", afirmou Parreira.
O "mal-entendido" se refere à permissão de sexo numa viagem em que se recomenda a ausência das mulheres dos jogadores. A maioria deles é casada.
Os atletas solteiros e casados seguirão o mesmo calendário, com idêntica quantidade de folgas.
A CBF assinou contrato de exclusividade com um hotel em Los Gatos (Califórnia), onde a delegação ficará concentrada na maior parte do tempo.
Os jogadores são proibidos de receber parentes, namoradas e amigos (de ambos os sexos) na concentração. Nas folgas, terão de encontrá-las fora do hotel.
Para Léo Vilarinho, médico do Corinthians, o sexo não interfere no rendimento dos atletas, desde que seja feito "normalmente". "Talvez possa influenciar mais psicológica do que fisicamente", disse.
A psicóloga da seleção masculina de vôlei, Regina Brandão, concorda e afirmou que, "em alguns casos", é positivo para o jogador.
"Às vezes, o jogador fica um longo período concentrado e a relação sexual pode ser como um apoio psicológico", afirmou.
O jogador Mazinho, do Palmeiras, é um caso concreto desta tese dos especialistas. "Quando jogava na Itália, fazia sexo na véspera dos jogos e isso nunca influiu no meu rendimento em campo", disse.

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