São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994 |
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Matt Dillon retorna em drama e comédia
HUMBERTO SACCOMANDI
"O filme dá tempo para as pessoas se ocuparem do que realmente ocorre na vida cotidiana. Você tenta ligar para sua namorada, mas alguém está usando o telefone, e isso pode causar uma briga. As coisas são normalmente mais complicadas do que o cinema sugere", disse Minghella em entrevista exclusiva à Folha. O diretor cita o neo-realismo italiano como referência. "Projetei 'Os Boas Vidas', de Fellini, para o elenco. Se fosse feito nos EUA, o filme trataria de um mau marido, um casal com problemas de relacionamento. Fellini fez um filme sobre um grupo de pessoas que se relacionam." A comparação com o neo-realismo não é exata. Por trás do objetivo de retratar a vida real, aquele movimento do cinema italiano do pós-Guerra trabalhava com uma ideologia muito precisa. Falta, na crise ideológica dos anos 90, um objetivo ao filme de Minghella. O diretor disse que sofreu restrições dos produtores norte-americanos. "Eles vetaram que houvesse mais cenas de trabalho. O público nos EUA quer se divertir no cinema. Quer histórias sobre pessoas que eles gostariam de ser. Não quer ver o seu cotidiano na tela." O filme teve uma recepção modesta nos EUA. "Um Amor de Verdade" é o segundo filme de Minghella, que estreou com "Um Romance do Outro Mundo". Apesar de estreante no cinema, ele tem uma longa carreira como escritor para teatro, TV e rádio. Em 1986, recebeu da crítica teatral londrina o prêmio de melhor peça estreante por "Made In Bangkok". Texto Anterior: Ficção vence realidade em 'Pequeno Buda' Próximo Texto: Vida de mendigos é tema de melodrama Índice |
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