São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Governo impõe limite a reajuste da Autolatina

DA REPORTAGEM LOCAL

Governo impõe limite areajuste da Autolatina
O governo não aceita o reajuste em URV da Autolatina para o carro popular. Para os demais modelos, quer que o repasse do aumento da mão-de-obra no preço não ultrapasse 9%.
As montadoras concederam em abril reajuste de 19% nos salários dos trabalhadores. Esse foi um dos motivos alegados pela Autolatina para aumentar o preço em URV dos carros (4,9% para o modelo popular e 6,1%, para os demais) no último dia 22.
José Milton Dallari, assessor especial para preços do Ministério da Fazenda, reuniu-se ontem com a direção da Autolatina em São Paulo. Apesar de o governo ter definido o limite do repasse, Dallari disse não saber qual é índice de aumento a ser aplicado no preço final do carro em URV.
Na última terça-feira, Dallari disse que o aumento aceitável pelo governo estava entre 3% e 4%.
O governo marcou um novo encontro com a empresa, em Brasília, na terça-feira, na expectativa de que ela reveja a sua posição.
"Quanto ao carro popular, nós vamos ter de rever a posição quanto ao IPI", disse.
Ônibus
Os secretários de transportes querem que a conversão dos preços em cruzeiros reais para URV do ônibus seja feita pela cotação de mercado, não pelo preço de tabela como querem as montadoras.
Dallari reuniu-se ontem em São Paulo com representantes das montadoras de ônibus Mercedes-Benz, Scania e o presidente do Fórum Nacional de Secretários Municipais de Transportes, João Luiz da Silva Dias, para discutir o assunto.
"Se o preço do ônibus for convertido pela tabela da montadora, o impacto será de 10% a 12% na tarifa", diz Dias.
As tabelas das montadoras, segundo ele, estão 40% acima do preço de mercado. O Fórum já tem os preços máximos pagos no mercado. Ônibus leve, US$ 55 mil, para o pesado, US$ 70 mil.
Segundo Dias, esse é o custo que será levado em conta pelos secretários na hora de definir a tarifa de ônibus. Se o empresário pagou a mais pelo veículo, vai ter que bancar sozinho a diferença. O valor de compra do ônibus representa 20% da tarifa.
As montadoras de ônibus já definiram a fórmula de repassar o reajuste de 19% do aumento concedido a seus trabalhadores para o preço do ônibus.
Segundo Mauro Marcondes, diretor da Scania, o repasse será em duas vezes: em 1º de maio e em junho. No caso da sua empresa, o índice global será de 3,8%, dividido nessas duas datas.
LEIA MAISsobre transportes nas págs. 3-1 a 3-3

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