São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994
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Médico critica demora no atendimento

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Médico critica demora no atendimento
A demora da chegada da equipe de atendimento ao local do acidente (1min40s) foi classificada como "aflitiva" pelo médico Ailton Beraldo, 40, superintendente da Unicór.
Ele é um dos responsáveis pelo serviço médico e de resgate no GP Brasil de Fórmula 1.
Embora se abstenha de fazer uma crítica direta, sem ter maiores detalhes da operação realizada, Beraldo admite que houve lentidão na chegada da equipe médica.
Neste ano, durante exercício de simulação de resgate realizado em Interlagos, o "medical car" (ambulância equipada com instrumentos para pequenas cirurgias) demorou 12 segundos para atingir o ponto do "acidente".
Segundo ele, a chegada rápida é fundamental para evitar lesões no cérebro, especialmente nos casos em que o piloto sofre problemas de respiração.
"Há um tempo essencial, de três a quatro minutos, para que haja oxigenação do cérebro. Caso contrário, as lesões tornam-se irreverssíveis", afirmou.
Com a falta de oxigênio, as células do cérebro morrem, sem nenhuma condição de reconstituição ou reabilitação. O cérebro é o orgão responsável pelos comandos vitais do organismo, como, por exemplo, o sistema de respiração.
A equipe médica que socorreu Senna não realizou a traqueostomia até 3min30s depois do acidente. Além de demorar 1min40s para chegar, a equipe perdeu outros 2min nos primeiros socorros e remoção de Ayrton Senna do interior do carro.
Segundo Beraldo, é preciso ter maiores detalhes da localização no circuito de Imola das barracas de atendimento e das ambulâncias, além do "medical car".
Em Interlagos, a Unicór utilizou oito barracas e oito ambulâncias, distribuídas em pontos estratégicos e de maior concentração de perigo.

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