São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994 |
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Senador de Alagoas será o vice de FHC
TALES FARIA; GABRIELA WOLTHERS
Palmeira já entra na campanha tendo que responder a perguntas sobre o fato de ter sido padrinho e conselheiro político do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Ele rompeu com Collor pouco antes do impeachment do ex-presidente. FHC defende seu vice afirmando que Palmeira deu apoio à candidatura do tucano Mário Covas no primeiro turno da campanha presidencial de 89 e votou no petista Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno. Amigo de FHC, ele se viu obrigado a aceitar a candidatura no momento em que ia levar a FHC o nome do líder do PFL no Senado, Marco Maciel (PFL-PE), como o indicado de seu partido. O encontro ocorreu no gabinete do vice-presidente do PSDB, Pimenta da Veiga. Poucos minutos antes, Maciel acabara de informar ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen, que não aceitaria o convite, temendo por um novo veto dos tucanos. "É melhor indicarem o Palmeira. Ele tem maior receptividade no PSDB", disse o líder do PFL por telefone a Bornhausen, quando o presidente do PFL ia começar a reunião com FHC. Participaram da reunião –além de FHC, Pimenta da Veiga, Bornhausen e Palmeira– o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e o líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo Magalhães. Veto Bornhausen foi recusado pelo PSDB na noite de anteontem. Durante encontro da cúpula dos dois partidos, Jereissati afirmou que o vice tem que ser do Nordeste. Bornhausen é de Santa Catarina e participava daquela reunião já como o nome de consenso para indicação a vice. Tanto ele, como Maciel e Palmeira haviam acertado, no dia anterior que, se convidados, aceitariam. O objetivo era apressar a definição da chapa da aliança depois da recusa de Luís Eduardo de se candidatar a vice. Luís Eduardo é filho do principal cacique do PFL, o ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães. Ele chegou a ser convidado por FHC, mas desistiu, na semana passada, também depois de ter sido informado de que Jereissati e a cúpula tucana não concordavam com seu nome. Na verdade, o PSDB preferia ter como vice o deputado Gustavo Krause (PFL-PE), ex-ministro da Fazenda, ou Roberto Magalhães (PFL-PE), que foi relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Orçamento. Os dois nomes foram vetados pelo PFL. O primeiro, porque é candidato ao governo de Pernambuco e sua saída atrapalharia a aliança local PFL-PMDB-PSDB contra Miguel Arraes, do PSB. O segundo, porque não conta com a confiança da cúpula pefelista. Texto Anterior: Decisão prejudica PMDB Próximo Texto: Senador nega vínculo com Collor Índice |
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