São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994
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Rhodia e Celbrás se unem no poliéster

DA REPORTAGEM LOCAL

O setor de poliéster e fibras (viscose e acrílica) da Rhodia, filial brasileira da Rhône-Poulenc S/A, e a Celbrás, sociedade brasileira, se associaram para criar uma nova empresa, a Rhodiaster.
Com faturamento anual estimado em US$ 400 milhões, a nova empresa terá controle acionário da Rhodia e vai abrir seu capital "nos próximos meses", segundo Edson Vaz Musa, presidente da Rhodiaster e da Rhodia.
A nova empresa passa a ser a única produtora de fibras de poliéster no Brasil e, sozinha, passa a deter cerca de 80% desse mercado, estimado em 105 mil toneladas ou US$ 150 milhões no Brasil. Os outros 20% são importados do sudeste asiático.
A Rhodiaster passa a liderar também o mercado de poliéster da América Latina.
Musa diz que a associação não fere a lei 8.158/91, da livre concorrência. Segundo ele, a autorização para a associação já foi pedida aos órgãos de defesa da concorrência –Cade e SDE.
"Alegamos que temos que enfrentar a concorrência externa, pois operamos em um mercado aberto, e que a fibra de poliéster concorre com todos os outros tipos de fibra", diz Musa.
Segundo ele, a participação da Rhodiaster no mercado de fibras como um todo é "insignificante".
Para Thomaz Sieh, ex-presidente da Celbrás e do conselho da Rhodiaster, a joint venture é uma questão de sobrevivência.
"Há quatro anos tínhamos quatro produtores de fibras de poliéster e hoje só restaram a Celbrás e a Rhodia. Se não nos unirmos não haverá mais essa produção no Brasil", disse Sieh.
Segundo Musa, em 90, o kg de fibra de poliéster custava US$ 2,15. Passou para US$ 1,40 em 93. "As alíquotas de importação do produto, de 15%, estão entre as mais baixas do mundo em desenvolvimento", disse Musa.
O secretário de Defesa Econômica, Rodrigo Janut, disse que nenhum pedido das empresas chegou à SDE. Procurado pela Folha o presidente do Cade, Ruy Coutinho, não foi encontrado.
A associação vai permitir também que a Rhodia passe a atuar no mercado de garrafas e embalagens de poliéster, cujo crescimento é estimado em 20% ao ano.
A Celbrás, por seu lado, passa a atuar no setor de PTA, matéria-prima usada na produção de fibras, filmes, não-tecidos (superfícies), garrafas plásticas e embalagens de poliéster.
A Rhodia passa a deter de 55% a 60% do capital da nova empresa, estimado em US$ 350 milhões. A família Sieh, o Citibank e o Banco Mundial, acionistas da Celbrás, passam a deter 18% do capital.
Serão negociados em bolsa de 20% a 25% do capital.
A associação engloba as atividades poliéster em filmes, não-tecidos e fibras da Rhodia, sua participação de 71% na Rhodiaco, produtora de PTA, e o setor de fibras acrílica e viscose.
A Rhodiaster contará com seis fábricas e 2.300 funcionários. Os investimentos previstos são de US$ 250 milhões em cinco anos.

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