São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Governo afirma que vai negociar salários com professores de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Estado da Administração de São Paulo, Avanir Duran Galhardo, disse ontem que o governo vai negociar os salários com os professores da rede estadual.
A declaração foi feita ao presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Roberto Felício, 42.
Na sexta-feira passada, assembléia dos professores decidiu iniciar uma greve no próximo dia 10, caso o governo não melhore a sua proposta salarial.
Até o encerramento desta edição ainda não havia sido marcada a reunião de negociação salarial, mas Felício acreditava que ela deveria ocorrer hoje.
Segundo a Apeoesp, o secretário da Educação, Carlos Estevam Martins, foi encarregado de marcar a reunião pelo governador Luiz Antônio Fleury Filho.
Na terça-feira de manhã, houve uma reunião entre os secretários da Administração e da Educação com diretores da Apeoesp, em que foram apresentadas reivindicações.
À noite, houve reunião da Comissão de Política Salarial do Governo, na qual foi tomada a decisão de negociar com a Apeoesp –para evitar a greve.
A proposta do governo, apresentada no início da semana passada, dá um piso salarial para o magistério de 95 URV –por 20 horas/aula por semana.
O governo alegou que não tem recursos para dar um reajuste maior e que a folha de pagamento está consumindo 99,7% da arrecadação líquida do ICMS.
Segundo os professores, o piso atual é menor (1,46 salário mínimo) do que o de julho do ano passado (1,5 salário mínimo), que desencadeou uma greve de 79 dias.
A Apeoesp reivindica que o governo mantenha, no mínimo, a proposta que havia feito antes da atual. Por esta proposta o piso ficaria em 118 URV. Isso evitaria a greve, diz Felício.
A principal reivindicação do sindicato desde o início do ano é de um piso salarial emergencial de três salários mínimos (195 URV).

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