São Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Vem aí o fino da elegância futebolística

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, atenção para o refrão: bola pra frente.
Alô, alô, Luiz "fios maravilhas" de Freitas, Costanza Pascolato, Mônica Mendes e toda a turma do fut e "footing". Vejam só este fragmento:
"Como os vestidos das mulheres, os calções dos jogadores de futebol sobem e baixam. O caso de um Telê é raro. Telê usa calções largos e compridos, batendo nos joelhos, feito os jogadores dos outros tempos".
Ou este outro:
"Se a gente folhear os velhos álbuns, há de chegar a conclusões interessantes a respeito da evolução da moda em futebol. Porque o futebol obedece, também, aos ditames da moda. Tem os seus dândis, os seus ditadores de bom-tom."
Ou ainda este:
"O primeiro calção de futebol nasceu de uma calça velha, cortada um pouco abaixo do joelho. Era elegante esconder a perna. a meia devia subir até a altura da bainha do calção. Exceto se a camisa fosse de cetim. A camisa de malha tinha de ser vestida por cima, puxada até embaixo. Com o tempo, o calção foi encurtando, a camisa foi entrando por dentro do calção".
São extraídas da crônica "O Futebol e a Moda", do Mário filho. Para quem não sabe quem ele é, basta lembrar que o estádio do Maracanã tem o seu nome. E que ele é irmão do Nelson Rodrigues.
Ela faz parte da antologia "O Sapo de Arubinha", crônicas de Mário Filho selecionadas pelo flamenguista Ruy Castro. Com capa belíssima, será lançada pela Companhia das Letras.
(Veja reportagem sobre o evento "Copa Ilustrada" na edição de hoje da Ilustrada.)
Por falar em futebol e elegância – se não me engano – o Nelsão costumava dizer que o seu irmão foi tão importante para a crônica esportiva que até mudou a maneira dos jornalistas se vestirem.
Para o evento "Copa Ilustrada" o corintiano Carlinhos Rennó, do MIS, organizou um show que apresentará hinos especialmente compostos para os quatros times grandes de São Paulo.
Aí vai uma "palhinha" de cada um:
"Eu sou a garra e o gavião/Eu sou o pavilhão nove/Sou a camisa doze/E a estrela do timão"("Sou Fiel", de Rita Lee e Carlos Rennó).
"O teu toque de bola/É um show faz escola/E a gente comemora os gols/O teu toque de bola/ É um show faz escola" ("Marcha-Hino ao São Paulo", de Péricles Cavalcanti).
"É alegria total/Lugar de mar e maré/Futebol fundamental/Orquestra, coral e balé" (Sou Santos do Rei Pelé", de Itamar Assumpção).
"Gato Fernandes/Cláudio, Antônio Carlos/Cleber e Roberto Carlos/ César Sampaio, Mazinho/ Rincón e Zinho/ Evair e Edilson"("Palmeiras em Dois Tempos", de Branco Mello, Skowa e Zezinho Mutarelli).
O espetáculo será 10, isto é, no dia 10, no MIS. "The show must go on". E o gol "must go on" também, meu bem.
O branco será a cor mais presente entre os uniformes da Copa. Ele consta de 34 vestuários, entre os uniformes principais, segundos e terceiros das 24 seleções.
Depois do branco, o azul será a cor que mais aparecerá: está em 20 uniformes.
O vermelho, em seguida, está em 16 guarda-roupas. O verde em nove. E o nosso amarelo, em sete uniformes.
O preto, tão amado pelos clubes brasileiros, só aparece com a Alemanha e a Argentina. E a Holanda, como sempre é "unique": só ela usa o laranja.
Apito final:
Senna é anagrama de rENASce.

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