São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Ulysses é lembrança constante

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os gabinetes que eram ocupados por Ulysses Guimarães são dos poucos no Congresso que não possuem o objeto de decoração mais comum da Casa: lembranças do próprio deputado, morto há um ano e meio.
Ulysses ocupava dois gabinetes unidos num só. Um é ocupado agora por Antônio Faleiros (PSDB-GO), e o outro ficou vago: estava com Carlos Benevides (PMDB-CE), cassado na última quarta-feira.
Com a curiosa exceção dos dois, é difícil achar um gabinete no Congresso onde Ulysses não esteja presente. São dezenas de fotografias, recortes de jornais, cartazes e objetos espalhados por toda parte.
O relator da revisão constitucional, Nelson Jobim (PMDB-RS), mantém em sua mesa um pequeno busto de Ulysses em resina, de autoria do artista plástico piauiense Clauberto, feito sob encomenda do ex-deputado federal Heráclito Fortes (PMDB-PI).
Ulysses foi o presidente da Congresso constituinte que, 5 de outubro de 1988, promulgou a Constituição, agora revisada sob a orientação de Jobim.
Um dos integrantes da "turma do poire", o presidente do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), guardou e expõe em sua sala a foto que registrou o lançamento da candidatura do deputado Ulysses Guimarães à Presidência da República, em 1989.
A homenagem a Ulysses mais difundida no Congresso é a reprodução de uma pintura a óleo do artista J. Tadeu Alves, de gosto bastante duvidoso, em que o deputado aparece como um timoneiro que navega nas nuvens.
Ao lado da pintura, o poema "Encantamento", de Mário Maia, que diz: "E o timoneiro segue seu destino/ Singrando o Éden/ Em noite de luar".
Ulysses morreu no dia 12 de outubro de 1992 em um acidente de helicóptero no litoral do Rio de Janeiro. No helicóptero, além do deputado estavam sua esposa, Mora, o ex-senador paulista Severo Gomes, também do PMDB, e a esposa deste, Maria Henriqueta.

Colaborou a Redação

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