São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Reajuste de 50% deve ser sepultado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Reajuste de 50%deve ser sepultado
Equipe resiste a aumento de salário
A indicação de Marcelo Pimentel como novo ministro do Trabalho deve sepultar de vez a proposta de aumentar em 50% o salário mínimo até dezembro deste ano.
Marcelo Pimentel, ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho), vai assumir o cargo esta semana.
A equipe econômica, com o apoio do ministro da Previdência, Sérgio Cutolo, argumenta que o aumento do mínimo não poderá ser absorvido pelo impacto nas contas da Previdência, de Estados e municípios.
A avaliação é de assessores do ex-ministro do Trabalho Walter Barelli, que deixou o cargo em março para concorrer à vaga de vice-governador de São Paulo na chapa do senador Mário Covas (PSDB).
O aumento do mínimo foi uma das principais bandeiras de Barelli quando estava no governo. Quando foi criada a URV, ele queria um mínimo de aproximadamente 85 URVs.
Acabou prevalecendo a posição do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e o mínimo ficou em 64,79 URV. FHC teve o apoio do ministro da Previdência Social, Sérgio Cutolo.
Depois das discussões, o presidente Itamar Franco criou uma comissão interministerial para estudar um aumento de 50% para quem ganha baixa remuneração até dezembro.
Barelli considerava a comissão uma vitória e chegou a apresentar diversas alternativas para elevação do mínimo.
Depois que deixou o governo, suas propostas passaram a ser defendidas por Mozart de Abreu e Lima, seu secretário-executivo e que ficou como ministro interino.
A alternativa ao aumento de 50% seria um abono, no valor também de US$ 64,79 URVs a ser pago aos trabalhadores que ganhassem até um mínimo.
O abono seria pago de uma única vez, obedecendo um calendário de acordo com a data de nascimento do trabalhador.
A idéia de Abreu Lima era de fazer este pagamento ao longo de quatro ou seis meses. Mas também a hipótese do abono está sendo descartada.

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