São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Esporte radical era obsessão

DA REPORTAGEM LOCAL

Adrenalina era um vício de Ayrton Senna. Se nas pistas era arrojado, fora dela também se divertia com esportes velozes, seja em terra, no mar ou no ar.
Seus brinquedinhos na fazenda da família em Tatuí, a 135 km de São Paulo, eram os aviãozinhos com controle remoto (organizava ali competições de aeromodelismo com amigos), autorama e kart, modalidade que nunca largou.
Em 1991, chegou a construir um kartódromo de 970 metros e dez curvas, na fazenda para lembrar dos velhos tempos em que foi tetracampeão brasileiro, bicampeão sul-americano e duas vezes vice mundial.
Em sua casa de praia, na enseada de Portogalo, Angra dos Reis (RJ), relaxava sempre ao ruído de motores de lancha e jet-ski. Boiava junto ao pier.
Adorava o ronco das "motos d'água". Essa mania lhe custou um acidente em 1991. Tomou 20 pontos na cabeça, que por sorte não o impediram de correr o GP do México, onde ficou em terceiro lugar.
Esportes radicais, como esquiar no mar e voar em paraglider, pára-quedas puxado por lancha, também eram sua obsessão.
Se com um bólido de F-1, pé embaixo, atingia 300 km/h, no ar Senna pilotava helicópteros e jatinhos. Em março de 1989, viu pela primeira vez o painel de um caça Mirage da Aeronáutica marcar 1.500 km/h. Ele próprio pilotava o supersônico.
"Lá em cima me sinto livre", disse o piloto, logo depois de ter realizado manobras arriscadas no céu de Anápolis (GO).
Apesar de corintiano, Senna nunca foi fanático por futebol. Para alguém que só pensava em superar limites, esportes coletivos só podiam ficar em segundo plano.
Não queria depender dos outros. Isso diminuiria suas chances de vitória, o que mais buscava na vida. Em 1991, explicou sua obsessão: "Vencer é uma droga e eu sou totalmente dependente dela".

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