São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Investimento conservador rende 50,92%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A carteira "Folha" de investimentos obteve uma rentabilidade de 50,92% no período de 4 de abril a 4 de maio. Um ganho real de 3,5% em relação à variação da Ufir no período.
Alberto Alves Sobrinho, diretor da Fair Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários, optou por deixar o dinheiro em aplicações tradicionais. Ele investiu em cadernetas de poupança, fundos de commodities e CDBs prefixados.
Segundo ele, as taxas de juros devem continuar altas na troca da moeda para o real. Ele estima que fiquem entre 7% e 8% ao mês acima da inflação.
Os fundos em URV devem se tornar, assim, alternativas atraentes de investimento.
Alves Sobrinho diz que as Bolsas estão sofrendo expressivas variações de preços, por causa dos problemas políticos no Congresso e do processo eleitoral.
Os papéis estão baratos, mas há muita preocupação no mercado com relação aos próximos meses. "As pessoas físicas já estão fora das Bolsas há muito tempo", diz.
Outro fator que levou à redução dos volumes negociados nas Bolsas este mês, em sua opinião, foi a alta nos juros internacionais.
O volume médio diário negociado nas Bolsas nos primeiros três meses deste ano foi de US$ 300 milhões, caiu para US$ 200 milhões em abril e está em US$ 150 milhões este mês.
A elevação nos juros internacionais, por outro lado, também já está dificultando a colocação de papéis brasileiros no exterior.
Apesar do fluxo de entrada de dinheiro estrangeiro no país estar em ritmo menor, as saídas ainda não são expressivas. Assim, o mercado cambial está tranquilo até agora, diz Alves Sobrinho.
A expectativa é de refluxo dos capitais externos a longo prazo, quando houver uma queda expressiva nos juros do mercado interno.
Hoje, os juros reais no Brasil estão variando entre 25% e 27% ao ano, contra 5% a 8% ao ano no mercado internacional. A rentabilidade elevada ainda atrai investidores externos.
No início da troca da moeda para o real, os juros deverão continuar altos, favorecendo as aplicações financeiras no país. Ou seja, não deverá haver fuga de dinheiro para o exterior.
Em um horizonte superior a 180 dias após a implantação do real, o fluxo externo poderá se inverter pela queda dos juros internos.
Para Alves Sobrinho, a implantação do real, prevista para 1º de julho, deveria ocorrer em prazo mais longo, pois daria tempo para que todos pudessem realizar acordos e convertessem preços e contratos para URV.
Entretanto, ele acredita que o governo vai fazer a mudança da moeda em prazo mais curto para aproveitar o calendário eleitoral.
Alves Sobrinho alerta ainda para a possibilidade de implementação de tablitas em papéis prefixados quando o real entrar em vigor.

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