São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994 |
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CNA toma posse em 7 províncias
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Líderes políticos do CNA (Congresso Nacional Africano) tomaram posse ontem como premiês em sete dos nove Parlamentos provinciais da África do Sul.Tokyo Sexwale tornou-se primeiro-ministro da principal província industrial, cuja capital é Johannesburgo. A cerimônia de posse foi acompanhada de fortes medidas de segurança devido a boatos de que extremistas de direita tinham ameaçado Sexwale de morte. "Estou enlevado. Foi um grande momento", declarou pouco depois da cerimônia. Sexwale prestou juramento para o juiz Chirs Eloff, o mesmo que presidiu o julgamento de extremistas de direita que mataram em outubro passado Chris Hani, líder comunista e companheiro político de Sexwale. O parlamento de KwaZulu-Natal, liderado pelo Partido da Liberdade Inkatha, de Mangosuthu Buthelezi, adiou a primeira sessão para a quarta-feira. O único outro parlamento não liderado pelo CNA é o de Cabo Ocidental. Nessa província, o Partido Nacional, liderado pelo presidente Frederik de Klerk, venceu as eleições. Mandela nomeou Thabo Mbeki como homem direito e provável vice-presidente. Mandela e Mbeki vão liderar um governo cujo gabinete vai incluir De Klerk, o último presidente branco do país e seu principal rival nas eleições. A constituição provisória dá ao CNA 18 cargos no gabinete. Para o Partido Nacional, seis. O terceiro colocado nas eleições, o Inkatha, receberá três cargos. O futuro presidente da África do Sul, Nelson Mandela, disse ontem em uma sinagoga na Cidade do Cabo que os brancos não devem ter nada a temer de um governo de maioria negra. "Precisamos de suas habilidades, precisamos de seus recursos", disse Mandela na sinagoga, pouco depois de ter visitado uma mesquita, na mesma cidade. Mandela foi muito aplaudido pelo discurso, em que lembrou o papel dos judeus contra o apartheid. Ele lembrou a época em que tinha sido contratado por uma firma de advocacia de judeus em Johannesburgo, em 1941. Ele também falou do advogado judeu que o defendeu no processo em que foi condenado à prisão perpétua. Na saída da sinagoga, Mandela declarou que o padrão de vida dos brancos não iria decair, embora a prioridade do governo do CNA seja a de melhorar o padrão de vida de negros, mestiços e indianos. "Estamos aqui para servir a todas as comunidades", disse. Mandela foi para a Cidade do Cabo para a sessão de abertura do Parlamento nacional, amanhã. Em seu discurso, ele reiterou que o CNA reconhece o direito de existência de Israel, embora tenha enfatizado o direito dos palestinos à autodeterminação. Próximo Texto: Ruanda pode ter trégua temporária Índice |
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