São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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Minas lança leilão eletrônico de hortifruti

SUZANA BARELLI
ENVIADA ESPECIAL A UBERLÂNDIA

Com o início das atividades do Mercouberlândia na próxima quinta-feira, frutas, verduras e legumes vão passar a ser vendidas em leilão eletrônico na cidade mineira de Uberlândia.
Conhecido como mercado de origem, o Mercouberlândia vai reunir, em um mesmo local, produtores e compradores.
Com isso, deve diminuir a participação dos intermediários, um dos responsáveis pelo aumento do preço ao consumidor final.
Em Portugal, por exemplo, quando o sistema foi implantado há 10 anos, o preço dos produtos agrícolas cairam entre 15% e 20%, diz Luiz Fernando Carneiro, coordenador-geral do mercado.
Antonio Galvão Britto, gerente do Mercouberlândia, informa que o varejo poderá enviar seus próprios representantes para a compra no local e que os intermediários também poderão participar.
"Como a venda é registrada eletronicamente, o comprador final tem como saber com que preço foi adquirido um dado produto e por qual valor ele está sendo vendido para o supermercado", diz.
Organizado pela Cooperativa dos Produtores Hortifrutigranjeiros, o mercado teve investimento de US$ 2,1 milhões. A previsão é vender, no início, 5.000 toneladas e faturar US$ 1,5 milhões por mês.
Em um pátio de três mil metros quadrados, os hortifrutis serão expostos em lotes para a avaliação dos compradores.
Os organizadores esperam leiloar os produtos cultivados a até 200 quilômetros de Uberlândia (cidade a 556 quilômetros de Belo Horizonte). Em um segundo momento, haverá compra por amostragem.
Há 48 tipos de hortifrutis, classificados em uma escala de um a quatro, conforme a cotação do preço no mercado.
Na sala de venda, onde há dois painéis eletrônicos, os compradores darão seus lances, acionando uma espécie de controle remoto. "Se uma caixa de fruta está cotada a CR$ 10 mil, começamos o leilão a CR$ 15 mil. É a nossa forma de dar vantagem ao produtor", diz Carneiro.
No painel eletrônico, estão especificados a classificação do produto, origem, lotes etc. Os preços são decrescentes, ou seja, começam altos e vão abaixando até o produto ser comprado.
Se o lote chegar a cotação mínima sem receber lance, é retirado do leilão. A nota fiscal é emitida imediatamente e o produtor é reembolsado em dois dias pelo Banco do Estado de Minas Gerais.
O mercado, diz Carneiro, é inédito no Brasil. A Holanda foi a criadora do mercado de origem há 100 anos. O sistema de informática é o mesmo do Mercoalcobaça, que funciona em Portugal. Custou US$ 450 mil.

ONDE SABER MAIS:
Mercouberlândia, BR-050, km 76. Tel. (034) 216-1277 e 216-4311.

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