São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Seca favorece proliferação do gafanhoto

DA AGÊNCIA FOLHA EM JOÃO PESSOA

Os gafanhotos existem no Nordeste desde 1856. A praga atual começou a proliferar em 1985, principalmente durante os períodos de seca, que afasta da região as aves predadoras do inseto.
É impossível exterminar os gafanhotos, afirma Gilson Consenza, coordenador do Programa Nacional de Controle do Gafanhoto.
Segundo Consenza, os agricultores têm de controlar a praga para evitar a destruição total da lavoura. Hoje, o controle só é possível por meio da aplicação de inseticidas.
Os inseticidas registrados no Ministério da Agricultura e indicados no combate aos gafanhotos são "Malathion" e "Sumithion".
"São inseticidas que têm baixa toxicidade para animais, não têm nenhuma toxidez para vegetais, apresentam curto efeito residual (três dias) e não contaminam o meio ambiente", afirma Cosenza.
A média de eficiência dos inseticidas é de 92% de mortalidade dos gafanhotos. Para o Nordeste, foram destinados 16,5 mil litros de inseticida.
Ao suspeitar da presença de gafanhotos em suas lavouras, os agricultores devem imediatamente comunicar a Embrapa, a delegacia do Ministério da Agricultura ou a Emater.
Os gafanhotos atacam qualquer tipo de vegetal. "Em época de seca, ele atacam as cascas das árvores", diz Cosenza.
As plantações preferidas pelos insetos são feijão, milho, mandioca, arroz, cana-de-açúcar, inhame, abacaxi e algodão.
O único método natural de combate da praga seria introduzir nas áreas afetadas aves silvestres, como a garça.
Segundo Cosenza, isso não é feito porque a ave, cujo principal habitat no Nordeste é o sertão, não se habitua às condições da zona da mata.
"Por isso, não é possível prevenir as lavouras dos ataques dos insetos. Os agricultores podem prever sua chegada e preparar o combate com inseticida", diz Cosenza.

Texto Anterior: Técnicos discutem prevenção de doença
Próximo Texto: Agrishow leva máquinas ao campo e muda conceito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.