São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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Nova cartilha aboliu o be-a-bá

DA REPORTAGEM LOCAL

Seu filho está aprendendo a ler, mas o caderno não traz nada de be-a-bá. Não se assuste, o construtivismo aboliu a análise combinatória de consoantes e vogais como etapa de alfabetização.
É baseado nas teorias da psicolinguista argentina Emília Ferreiro, que trabalha na Universidade do México.
Segundo ela, as crianças formulam "idéias" sobre como é a escrita antes de aprender a ler. As escolas construtivistas procuram estimular isso. Deixam a criança "desenhar" letras, algumas próximas do real, outras não.
Elas são corrigidas nesta fase para que não se inibam. A correção vai aparecendo com o tempo, mas sempre é tratada com cuidado.
Outra coisa que permanece nos anos seguintes, é a preocupação com a utilidade da produção. O professor não é o único destinatário de uma redação, por exemplo. Ela é apresentada em uma exposição ou publicada em livro.
Montessori
O desenvolvimento sensorial e motor das crianças é a principal preocupação do método proposto pela médica italiana Maria Montessori (1876-1952).
Inicialmente era destinado só a deficientes mentais. "Os resultados surpreendentes levaram Montessori a propor um método para todas as crianças"', diz a pedagoga Regina Tchepelemtysky, da Escola Santa Terezinha, em Santo Amaro (zona sul).
Na pré-escola, elas trabalham com perfumes (para diferenciar cheiros) e caixinhas cheias de cerais, para distinguir os sons.
No momento da alfabetização, os sons vão ter um peso grande: as crianças pronunciam o som do p, o do b, sozinhos, sem vogais.

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