São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994 |
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Curso de ciência molecular abre nova turma
FERNANDO ROSSETTI
O curso experimental de ciências moleculares da USP é considerado um "celeiro de prêmios Nobel" e não "prêmios Nobeis" como disse esta reportagem. Curso de ciência molecular abre nova turma O curso experimental de ciências moleculares da USP –criado há três anos e anunciado como um "celeiro de prêmios Nobeis"– abriu ontem as inscrições para a sua quarta turma. Depois de enfrentar vários problemas de concepção, o curso, em nível de graduação, se anuncia, agora, com mais humildade. A começar pela reformulação de questões como a rigidez das normas de admissão e a carga horária didática para os alunos. Desde o início, o curso tem como objetivo formar cientistas, principalmente para a Academia. Os formados podem trabalhar em áreas que vão da biologia à físico-química, passando pela computação. A ênfase, como diz o próprio nome do curso, é na descrição da natureza do ponto de vista molecular. Mas o coordenador do curso, Jorge Lacerda de Lyra, reconhece, por exemplo, que "o número muito pequeno de alunos foi um equívoco". A turma seguinte admitiu apenas 12 alunos, apesar das 25 vagas. A idéia era manter um alto nível e as provas de admissão só selecionaram esta dúzia. Resultado: só restam seis. Este ano, a idéia é aumentar o número de alunos inscritos, diz Carlos Alberto Barbosa Dantas, pró-reitor de Graduação da USP. O motivo é que o curso pretende ser um "laboratório" de experiências curriculares para a graduação da maior universidade brasileira. Se apenas três alunos terminam o curso, fica difícil "vender" o projeto para outras unidades, dizem o coordenador e o pró-reitor. Os melhores Outro problema é que, na concepção original, os alunos do curso de ciências moleculares deveriam ter aulas com os melhores professores da cada área. "A liberação de professores (pelas unidades para o curso) tem sido um dos principais problemas", afirma Lyra. Quem pôs professores melhores, acabou ficando com os alunos formados pelo curso. É o caso do Instituto de Física, que está com seis dos nove restantes da primeira turma desenvolvendo pesquisa. Apesar dos problemas –a maioria pelo fato de o curso ser assumidamente experimental– o curso teve bons resultados e é um sonho para quem quer ser cientista Os alunos recebem durante todo o curso uma bolsa de iniciação científica (cerca de 150 URV ao mês). Fazem um curso básico de dois anos em física, química e biologia, mais cursos instrumentais de matemática, computação e inglês. Instrumental, no caso, é aprender uma disciplina de forma que se tem conhecimento suficiente para adaptá-lo às suas necessidades como pesquisador. Depois desses dois anos, o aluno pode compor seu currículo com qualquer disciplina oferecida pela USP, de graduação ou pós, com orientação de um tutor. Uma equipe de coordenação avalia o desempenho dos alunos e decide quem continua ou não. Qualquer aluno matriculado na graduação da USP pode concorrer a uma vaga. Inscrições até dia 31. CURSO EXPERIMENTAL DE CIÊNCIAS MOLECULARES - inscrições no Instituto de Física, edifício principal, ala 2, sala 211; tel. 818-3188 Texto Anterior: Alunos informam colegas do exterior sobre Senna Próximo Texto: IEA busca professores visitantes Índice |
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