São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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PM e Polícia Civil trocam acusações

MARCELO MIGLIACCIO
DA SUCURSAL DO RIO

A DAS (Divisão Anti-Sequestro) pediu ontem a prisão temporária das pessoas que tomavam conta de Edevair Faria em seu cativeiro.
Segundo o delegado Hélio Vígio, Marluce Menezes Gomes, 35, Lina Célia de Oliveira, 24, e S.J.S., 17, faziam parte do bando que sequestrou Edevair.
As duas mulheres negaram ontem em depoimento a versão dada a PMs na véspera, de que o traficante Marquinhos Muleta, apontado como mentor, as coagira.
Lina disse, segundo a DAS, que participou do sequestro por ser viciada em cocaína e ter uma dívida com Marquinhos Muleta.
Os três deram à polícia nomes de cinco pessoas que teriam participado, entre elas uma mulher que seria amante de Muleta.
O chefe de operações da DAS, inspetor Placídio Guimarães, disse que espera prender Marquinhos Muleta ainda esta semana.
Vígio liberou ontem Luís Carlos dos Santos, 21, e Nilton Euclides dos Santos, 40, presos por PMs perto do local do cativeiro.
O delegado classificou a prisão dos dois de "arbitrária". Foi sua primeira crítica ao trabalho da PM.
No segundo dia de sequestro, Vígio disse que já identificara os criminosos e fez previsão de que a libertação de Faria demoraria por se tratar de um grupo experiente.
A elucidação do caso pela PM, quatro dias depois, mostrou que Vígio estava errado, pois o grupo de Muleta não tem tradição na área de sequestros, apenas no tráfico.
O pedido de Romário para que traficantes ajudassem a libertar seu pai irritou a DAS, inclusive Vígio.
"Quem conhece a família de Romário não estranha", ironizou Guimarães.

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