São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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Presidente do Iêmen demite premiê sulista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, demitiu ontem o premiê e nomeou um novo ministro da Defesa, em mais uma medida contra os sulistas que fazem parte do governo.
O primeiro-ministro Haidar Abu Bakr al-Attas, aliado do vice-presidente Ali Salem al-Baidh, foi posto "sob investigação".
As forças do norte do Iêmen anunciaram ontem que estão a apenas 5 km da capital do sul, Áden.
Mas analistas na própria capital iemenita, Sanaa, dizem que o país se encaminha para uma guerra civil longa e sangrenta.
A França concluiu ontem a retirada de estrangeiros do país, por ar e mar. Foram resgatadas 1.456 pessoas do país.
Os Iêmens do Norte e do Sul se uniram em 1990. O norte era uma ditadura, o sul tinha regime comunista. O país fica ao sul da Arábia Saudita, no Oriente Médio.
Pelo acordo, a Presidência do país coube ao líder norte-iemenita –que governa há 17 anos apoiado pela principal tribo do país, hashid, e imagina a unificação como uma anexação do sul.
Os líderes comunistas não aceitaram papel secundário no governo e deixaram a coalizão formada no ano passado, depois das primeiras eleições no país unificado.
Saleh lançou na semana passada uma "guerra-relâmpago" para derrotar os sulistas. Ontem foi o quinto dia de combates.
Não há fontes imparciais para relatar a situação no país, mas a própria duração dos combates sugere que os sulistas rechaçaram as tropas de elite nortistas e o cenário caminha para uma guerra de posições –e de retórica.
Os líderes sulistas reafirmaram ontem que querem dialogar, "não porque estejamos fracos, mas porque rejeitamos a guerra e o uso da força para resolver o conflito".
O governo norte-iemenita recusou mediação internacional.

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