São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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EUA executam hoje o maior `serial killer'

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Estava marcada para hoje em Chicago à 0h01 local (2h01 em Brasília) a execução de John Wayne Gacy, maior assassino em série da história dos EUA.
Se nenhum recurso de última hora tivesse tido êxito, Gacy receberia uma injeção letal naquele horário, diante de 18 testemunhas.
Gacy, 52, foi condenado em 1980 por homicídios antecedidos de abusos sexuais de 33 rapazes ou meninos. As mortes ocorreram entre 1972 e 1978.
Uma pequena galeria de arte de Chicago, instalada num bar do centro da cidade, marcou também para hoje uma venda de quadros pintados por Gacy.
Por preços entre US$ 5 (por um poster do auto-retrato de Gacy fantasiado como o palhaço Pogo) e US$ 50 mil (por uma pintura de Jesus Cristo), os interessados poderão comprar um dos 2.200 quadros que o condenado pintou.
Gacy chegou às 8h locais de ontem à prisão de Stateville, em Joliet, sudoeste de Chicago, meio-oeste dos EUA, local da execução.
Para as 18h, estava marcada sua última refeição, com cardápio escolhido por ele: galinha e batatas fritas, soda limonada e morangos.
Seus advogados estavam tentando um recurso após outro junto a diversas cortes da justiça federal e estadual para adiar a execução.
Eles alegam que Gacy é mentalmente irresponsável, que ele estava fora de Chicago em negócios nas datas de 16 dos 33 homicídios, que a pena de morte é inconstitucional e que os jurados do tribunal que o condenou receberam do juiz instruções tendenciosas.
Logo após sua prisão, em 12 de dezembro de 1978, Gacy confessou todos os crimes e chegou a desenhar um mapa para ajudar a polícia a localizar os corpos enterrados no quintal de sua casa, perto do aeroporto de O'Hare, em Chicago.
Depois, ele negou os assassinatos e disse só ter matado um rapaz, em 1972, em legítima defesa.
Muitas das suas vítimas eram garotos de programa. Outras foram atraídas pelas performances do palhaço Pogo, que Gacy representava de graça em festas de escolas.

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