São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994 |
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Confusão suspende a venda do Lloyd
EDNA DANTAS
Um mal-entendido entre o leiloeiro Danilo Ferreira e os operadores da corretora Bozano Simonsen, que representava o consórcio, tumultuou o leilão. A confusão aconteceu logo na abertura dos lances. Segundo o superintendente-geral da Bolsa, Sérgio Berardi, a corretora Bozano deu um lance pelo total de lotes – 45.281. "O operador mostrou o crachá, sinal característico da compra global, e afirmou que queria o lote", disse Berardi. Na avaliação de funcionários da corretora, o operador deu o lance para "um lote". A interpretação do leiloeiro, que tem validade para a operação, é de que o lance foi para o total de lotes. A instrução do consórcio Lea-Libra era para que os operadores da Bozano Simonsen comprassem apenas um lote de ações. Regras Somados os lances da Bozano e de uma segunda corretora credenciada, a Sinal (do Banco Nacional), houve um "estouro de demanda" (aumento de procura) e consequente mudança no preço –de CR$ 190,48 para CR$ 190,50 o grupo de mil ações. Na segunda rodada, apenas a Bozano deu lance, desta vez de um lote. O gerente de Bolsa da corretora, Arnóbio Aladim, tentou impedir com gestos a decisão do leiloeiro. "O lance era para um lote só", gritava. O superintendente de privatização do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Fernando Perroni, informou que pelas regras apenas a corretora contratada pela Lea-Libra poderá comprar a empresa. Perroni reconheceu que em caso de um novo fracasso –essa já foi a segunda tentativa de privatização do Lloyd– a companhia poderá ser liquidada (extinção e venda do patrimônio). Além do preço mínimo, que poderá ser pago em "moedas podres" (títulos de privatização com baixo valor de mercado), o comprador do Lloyd deverá arcar com uma dívida de cerca de US$ 130 milhões –incluindo o passivo trabalhista (dívidas com empregados da estatal). Fracassos O programa de privatização tem tido uma sequência de fracassos. Na sexta-feira da semana passada, dois leilões, o da Cobra Computadores e da Caraíba Mineração, fracassaram por falta de compradores. No caso da Cobra, a comissão de privatização optou pela liquidação se, no prazo de 30 dias, o Banco do Brasil, principal controlador e credor da estatal, não encontrar uma saída para venda da empresa. Um novo leilão da Caraíba foi marcado para julho. Texto Anterior: CPI convoca assessor do Estado para depor Próximo Texto: Tanques nas ruas Índice |
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