São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Economia se mantém em crescimento

DA REDAÇÃO

A experiência do Plano Cruzado, quando um congelamento de preços mais abonos salariais desencadearam uma corrida às compras, levou a equipe econômica a acreditar que um dos grandes riscos para o Plano Real é o comportamento do consumo.
"Uma dificuldade adicional para o plano é o nível de aquecimento atual da atividade econômica", advertem também os economistas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão da Secretaria do Planejamento, em seu último Boletim Conjuntural.
Segundo análise do Ipea, é possível que este aquecimento "exija uma política monetária muito restritiva durante um prolongado período após a introdução do real".
Fazendo coro com parte da equipe do governo, o Ipea conclui que "quanto menos crescer a economia neste ano maior a probabilidade de sucesso do plano".
A queda do ritmo de produção industrial em fevereiro não marcou uma reviravolta na tendência de crescimento registrada desde outubro passado. Em março, houve retomada e o índice de capacidade utilizada nas fábricas paulistas, por exemplo, pulou de 74,2% para 76,9%.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) aposta em um aumento de 4% na produção industrial ao final do ano. "A introdução da URV afetou favoravelmente o consumo", diagnostica o último Informe Conjuntural da entidade.
Não há, como em 1986, congelamento ou abonos capazes de mudar velozmente o quadro do consumo. A CNI estima, porém, que com a brusca queda da inflação a partir da nova moeda, os salários podem ganhar de 5% a 10% de poder de compra.

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