São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994 |
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Trânsito de SP entra em colapso com duas greves
DA REPORTAGEM LOCAL A greve de motoristas de ônibus e dos metroviários causou um congestiomento recorde em São Paulo, de 130 km, na manhã de ontem.Em 23 de março de 1993, o recorde anterior, foram registrados 119 km de lentidão, causados pela chuva e por alagamentos. Em dias normais, são computados 40 km de congestionamento no pico da manhã. Ontem foi o dia nacional de protesto contra o plano econômico FHC, organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores). Cerca de 3,7 milhões de pessoas ficaram sem transporte coletivo. Esse total é a soma de 2,6 milhões de usuários de ônibus e de 1,1 milhão de passageiros do metrô, que parou totalmente. Os paulistanos tiveram que apelar aos ônibus clandestinos –são cerca de 2.000– e a taxistas e peruas de lotação. O aumento de carros em circulação piorou o tráfego. Os congestionamentos foram maiores ainda no final da tarde. Todas as principais avenidas e ruas da região central estavam paradas. Além do aumento de carros nas ruas, aconteceram manifestações e passeatas nas avenidas Paulista, do Estado e rua da Consolação. Os manifestantes da CUT, que se reuniram a partir das 11h no Masp, na avenida Paulista, foram em passeata até o Tribunal Regional do Trabalho, na Consolação. Lá, interromperam o trânsito das 14h às 14h30. Cerca de 500 pessoas participaram. Os motoristas de ônibus suspenderam a greve às 12h, depois que o Tribunal Regional de Trabalho julgou a greve "abusiva". Mas a volta ao trabalho não foi imediata. Às 16h, havia 5.896 ônibus circulando –81% da frota normal nesse horário, de 7.226. Os dados são da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), que controla o setor. Antes da suspensão da greve, a adesão dos motoristas chegou a 96,1%, às 5h. No início do pico da manhã, às 7h, apenas 820 ônibus circulavam. O normal, nesse horário, são 10.232 ônibus. Segundo os empresários de transporte, 447 ônibus foram depredados da 0h de terça-feira até as 16h de ontem. O prejuízo ultrapassou CR$ 300 milhões. Pelo menos 1.400 grevistas –de um total de 40 mil– foram demitidos pelos empresáros. Os ônibus circulam normalmente hoje. Às 19h30 de ontem, os metroviários decidiram encerrar a greve. Hoje todas as linhas voltam a funcionar. LEIA MAIS sobre greves nas págs. 1-6 a 1-9 Texto Anterior: Jurada presta depoimento sobre beijo dado em réu após absolvição Próximo Texto: Professor grevista pede negociação ao governo Índice |
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