São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Exportação se recupera e cresce 20,8% em abril

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As exportações brasileiras se recuperaram no mês passado. Atingiram US$ 3,6 bilhões, 20,8% a mais do que os US$ 3,02 bilhões registrados em abril de 1993.
"Tal desempenho joga por terra todo o pessimismo que se gerou nos últimos quatro meses", disse ontem o secretário-executivo do Ministério da Indústria e Comércio, Ailton Barcelos Fernandes, ao anunciar o número.
A queda verificada nos três primeiros meses do ano, em relação a igual período de 93, gerou especulações de que 94 seria um ano de fraquíssimo desempenho das exportações e, por consequência, da balança comercial.
Segundo Fernandes, "no mínimo, 1994 será igual a 1993, um ano espetacular", no qual foram exportados US$ 39 bilhões.
Mesmo no acumulado do ano, a situação se reverteu. O volume exportado de janeiro a abril de 94 já supera, ainda que pouco, o volume registrado no igual período de 93. São US$ 12,5 bilhões contra US$ 12,28 bilhões.
Os produtos que influenciaram o resultado foram soja em grão, laminados planos, suco de laranja, óleo de soja bruto e peças para veículos, cujas exportações aumentaram, respectivamente, 52,2%, 41,2%, 125,7%, 154,7% e 16,2%.
Quanto às importações, o ministério espera ter os números de abril de 94 em aproxidamente dez dias.
Mesmo que elas tenham aumentado, Fernandes acha que nada há de preocupante. Afinal, explica, a tendência maior de crescimento verificada até agora é no setor de bens de capital (máquinas industriais), o que indica uma reestruração do parque industrial brasileiro.
Na opinião do secretário, esse tipo de importação incrementa a capacidade de produção no país e assegura possibilidade de manutenção das exportações.
Quanto ao Plano Real, o secretário afirmou não haver expectativa de efeitos negativos sobre as exportações. Isso porque não se trabalha com expectativa de defasagem da taxa câmbio, nem de aumento preocupante de demanda interna (procura de bens e serviços).

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