São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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Direção de presídio no PA teme nova rebelião

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

A direção da penitenciária Fernando Guilhon, em Americano (a 51 km de Belém), teme novas tentativas de fuga e motins. Os cerca 500 presos não entregaram as facas levadas da cozinha durante rebelião encerrada anteontem com três presos mortos e 30 foragidos.
O superintendente do sistema penal no Pará, Oswaldo Coelho, pediu que hoje, durante as visitas, os parentes dos presos tentem convencê-los a devolver as facas.
Os presos exigiram, antes de encerrar o protesto, que não fossem revistados pela polícia.
Cerca de 30 detentas tiveram que dormir anteontem na portaria da penitenciária porque a ala feminina foi destruída. Elas temiam novas investidas dos homens para tentar violentá-las.
Duas detentas continuam hospitalizadas depois de terem sido violentadas durante a madrugada de quarta-feira.
Foram transferidos para delegacias em Belém e para o Centro de Reeducação Feminina, na periferia da capital, 37 presos. Desses, 15 são ex-PMs e dez são ameaçados de morte por disputas dentro da penitenciária.
A Secretaria Estadual de Obras avaliou em CR$ 5 bilhões o custo da recuperação da penitenciária de Americano –a maior do Estado. Os quatro pavilhões foram parcialmente destruídos.
O incêndio destruiu a cozinha, a secretaria, a marcenaria e a fábrica de pão.
O governador do Pará, Carlos Santos, e o secretário estadual de Justiça, Wilson Figueiredo, se encontraram ontem com o ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat. Pediram ajuda financeira para recuperar a penitenciária e construir duas novas casas de detenção no Estado.

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