São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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Sem acordo, paralisação do ensino em SP continua

PAULO SILVA PINTO E CLÁUDIA PAS
DA REPORTAGEM LOCAL EDO BANCO DE DADOS

Não houve avanço ontem na primeira reunião entre professores da rede estadual de SP, em greve desde terça-feira, e o governo.
O secretário da Educação, Carlos Estevam Martins, disse que mantém o compromisso de elevar o piso salarial dos professores de 97 URVs (por 20 horas de trabalho) em maio para 102 URVs em junho e 111 em julho. Os professores querem 195 URVs, em junho.
Segundo o presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), Roberto Felício, Martins disse na reunião que tem uma proposta para elevar mais o salário dos professores, mas que deve mostrá-la antes ao governador Fleury.
Procurado pela Folha através de sua assessoria, Martins não quis confirmar a declaração.
Segundo a Apeoesp, a greve atingiu 30% das escolas na cidade de São Paulo ontem. Uma das escolas onde houve adesão foi a Zuleika de Barros, na zona oeste.
O aluno Sérgio Nakano, 16, do 3º ano do 2º grau, acha que a greve vai prejudicá-lo no vestibular no final do ano.
"A gente já começa o ano sabendo que não vai ver todo o conteúdo previsto porque escola estadual é mais fraca. Quando tem greve, a gente vê menos coisas ainda", diz.
Nakano estuda há 11 anos em escola estadual. Nos últimos 15 anos houve cinco grandes greves de professores da rede. Só essas paralisações somadas resultam em 270 dias –mais de um ano letivo sem aulas.
Em maio de 79 encerrava-se a primeira grande greve de professores desde o início do regime militar. Durou 37 dias.
Em 1988, durante o governo Quércia, o magistério público participou de duas grandes paralisações que resultaram em 49 dias de greve naquele ano.
Mas nenhuma greve superou a de 1989. Os professores pararam por 80 dias.
Em 92 ocorreu a primeira greve do governo Fleury. Os professores pararam 25 dias. Em 93, pararam por 79 dias.

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