São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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Polícia fecha central de escuta telefônica

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil fechou ontem, às 10h, uma central de escuta telefônica no 6º andar de um prédio da rua Deputado Lacerda Franco, em Pinheiros (zona oeste).
O detetive particular Luciano Tadeu Escrivano, 32, o técnico de transmissão de dados da Telesp Aparecido Balbino dos Santos, 34, e o entregador Wilson Salvério, 25, foram presos sob a acusação de violar o sigilo telefônico.
Segundo o delegado Anthero Leonardo Bianchi, 52, da Delegacia de Roubos e Extorsões, havia cerca de 15 gravadores e 30 fitas cassetes na central.
Além disso, os policiais encontraram uma agenda telefônica e uma listagem de computador com vários números de telefones.
Segundo o delegado, a investigação da polícia começou há duas semanas, após receber uma informação de que o endereço da central telefônica seria um ponto de encontro de ladrões de carro-forte.
Os policiais começaram a seguir Escrivano e Santos, que foram fotografados. Na tarde de ontem, a Telesp encaminhou uma denúncia contra seu funcionário à delegacia.
Às 4h de ontem, um grupo de policiais começou a vigiar a entrada do prédio. O primeiro a chegar foi Escrivano. Em seguida, foram detidos Santos e Salvério.
A grupo estaria agindo há cerca de seis meses e grampearia telefones em 12 bairro de São Paulo –entre eles, Itaim-Bibi, Ipiranga e Jardins. Escrivano e Santos seriam os donos da central de escuta.
"O Salvério apenas fazia as entregas das fitas com as conversas para os clientes que pagavam o grampo", afirmou o delegado.
A polícia saberá os nomes das pessoas que estavam com seus telefones grampeados em quatro dias. Esse trabalho deverá ser feito pela Telesp.
"Pretendemos quebrar o sigilo bancário dos acusados para saber quem estava pagando o grampo", afirmou Bianchi.
A polícia pretende ouvir as vítimas que tiveram seus telefones grampeados para saber a quem interessaria escutar suas conversas.

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